Investigação

Polícia e Marinha buscam a arma do assassinato de Marielle no mar

Barqueiro disse que viu homem jogar armas no mar ao chegar nas Ilhas Tijucas

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Arma que matou Marielle Franco e Anderson Gomes pode estar no mar. Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil pediu à Marinha, nesta quarta-feira, 3, ajuda para buscar no mar a possível arma que matou a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Os dois foram executados em 14 de março de 2018.

A suspeita é que a quadrilha que planejou o crime tenha jogado a arma utilizada no mar. O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz estão presos desde março apontados como os autores do assassinato.

De acordo com as investigações, dias depois das prisões, um homem identificado como Márcio Montavano, o Márcio Gordo, teria retirado as armas de endereços ligados a Lessa e contratado um barqueiro da região do Quebra-Mar, na Barra. A mulher de Lessa, Elaine, o irmão dela, Bruno, e um homem chamado Josinaldo também teriam participado da ação. À princípio, o barqueiro foi contratado apenas um passeio até as Ilhas Tijucas, para a prática de pesca submarina.

O barqueiro, no entanto, disse em depoimento que o homem que o contratou tinha outra intenção. O homem colocou no barco uma caixa de papelão pesada e uma mala de viagem. Ao chegar nas Ilhas Tijucas, o homem abriu a mala, tirou seis fuzis e jogou as armas no mar, inclusive a bolsa. O barqueiro também declarou que o homem abriu a caixa de papelão de onde retirou várias caixas menores, de cores amarela e azul, e também as jogou no mar. Logo depois, ele pediu que eles voltassem ao Quebra-Mar.

O dono do barco disse que já tinha visto o homem em um bar. Contou que ele parecia ter entre 30 e 35 anos, era de cor parda clara, tinha corpo esbelto e braços cheios de tatuagem. A Divisão de Homicídios e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, o Gaeco, já sabem que o homem é um amigo de Ronnie Lessa.

Policiais e representantes da Marinha se reuniram para tentar estabelecer uma cooperação técnica, que incluiria o estudo das marés e das correntezas.

A arma usada no crime era uma submetralhadora MP-5.

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