Operação Mapa da Mina

Operação da PF investiga propina da Oi e da Vivo para ‘Lulinha’, filho de Lula

Operação Mapa da Mina, 69ª fase, é desdobramento da 24ª fase da Lava Jato

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O ex-presidente e o filho Fabio Luis Lula da Silva, o "Lulinha": pai e filho foram alvos da Lava Jato. (Foto: Arquivo/Fábio Campanato/Agência Brasil)

A Polícia Federal deflagrou nesta ter.ça-feira (10) a 69ª fase da da Operação Lava Jato, por ordem da 13ª Vara Federal de Curitiba, na investigação de propinas do grupo Oi/Telemar para uma empresa de Fábio Luis Lula da Silva, o “Lulinha”, um dos filhos do ex-presidente Lula.

Trata-se de desdobramento da 24ª fase da Lava Jato, em que o ex-presidente Lula foi levado a depor coercitivamente. São cumpridos 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão para apurar indícios de irregularidades no relacionamento entre o grupo Gamecorp/Gol com a Vivo/Telefônica.

A operação Mapa da Mina, como foi denominada esta fase, investiga corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro por meio de contratos da Oi, operadora de telefonia, internet e TV por assinaturas, no Brasil e no exterior, com pagamento de propinas estimadas até agora em R$193 milhões, entre 2005 e 2016.

O Ministério Público Federal (MPF) confirmou que são investigados repasses financeiros suspeitos do grupo Oi/Telemar em favor de empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas por Fábio Luis Lula da Silva, Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna entre 2004 e 2016.

Esse pagamentos ultrapassaram R$132 milhões, sem justificativa econômica plausível. Segundo o MPF, isso ocorreu ao tempo em que o grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversos atos praticados pelo Governo Federal.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o montante dos repasses apurado até o momento chega a R$ 193 milhões, realizados entre 2005 e 2016.

Investigam-se também repasses de R$40 milhões da Movile Internet Móvel à Editora Gol entre janeiro de 2014 e janeiro de 2016. Esses pagamentos foram feitos a pretexto de um projeto denominado “Nuvem de Livros”, entre janeiro de 2014 e janeiro de 2016.

A estruturação do grupo Gamecorp/Gol foi obra de Fábio Luis Lula da Silva, mas as investigações do MPF apontam que as empresas do grupo não possuíam mão de obra e ativos compatíveis com a efetiva prestação dos serviços para os quais foram contratadas pela Oi/Telemar.

O nome desta etapa da operação, segundo a PF, foi retirado de arquivo eletrônico de apresentação financeira interno da Oi, apreendido na 24ª fase da Lava Jato. Esse arquivo indicava como “mapa da mina” as fontes de recursos provenientes da Oi.

Resposta do Movile

O Grupo Movile enviou uma nota ao Diário do Poder, em que afirma não pertencer ao ao grupo Telefônica/Vivo. Leia a nota:

O Grupo Movile preza pela transparência em sua atuação e está cooperando com as investigações do Ministério Público Federal do Paraná, fornecendo todas as informações solicitadas. A empresa não é o alvo principal da investigação e trabalha em total colaboração com as autoridades. 
 
A Movile esclarece ainda que, diferentemente do citado no primeiro comunicado oficial emitido pelo MPF-PR, não pertence ao grupo Telefônica/Vivo. Somos um ecossistema brasileiro de empresas de tecnologia, com atuação global. 

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