PDT debate pré-candidatura de Lessa ao Governo de Alagoas
Lupi virá a Alagoas e PDT tem até 15 de junho para dizer se lança Lessa e rompe com Renan
O deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL) reuniu, prefeitos, vereadores e lideranças de seu partido em Alagoas, na tarde deste sábado (26), para discutir a proposta do PDT Nacional de ter o ex-governador pedetista como candidato ao Governo de Alagoas. A possibilidade faria Lessa abandonar a coordenação da campanha de reeleição do governador Renan Filho (MDB) e apoiando seu pai e senador Renan Calheiros (MDB-AL). O encontro ocorreu em um hotel da orla de Maceió (AL).
A proposta não estava nos planos de Lessa, que é pré-candidato à reeleição. Mas o presidente do PDT Nacional, Carlos Lupi, deve ir à capital alagoana, para tentar construir, até 15 de junho, um palanque competitivo em Alagoas e ideal para dar sustentação eleitoral e coerência ao discurso contundente do pré-candidato pedetista a presidente da República, Ciro Gomes, contra Renan e os escândalos investigados pela Operação Lava Jato.
Além do PDT, o fato novo da possibilidade de candidatura de Lessa deve ser discutido com outros partidos. Mas Lessa diz que o PDT ainda busca consenso para unir os propósitos dos projetos local e nacional, em Alagoas. Na opinião de Lessa, Ciro avança e, por enquanto, é estável a situação do PDT de Alagoas, que abraça o projeto de Renan.
Lessa confirmou ao Diário do Poder que Lupi virá a Alagoas para avaliar o quadro local. Mas ressaltou que não há imposição de Ciro Gomes, mas que o presidenciável do PDT prefere vê-lo disputando o governo de Alagoas.
“O Lupi mantém essa proposta, gostaria de ver pesquisa, acha que não me interessei por esse assunto e não tô enxergando a conjuntura que a gente está vivendo e que estou mais fixado numa posição confortável, enquanto poderia tentar um voo mais alto. Tudo isso está acontecendo. Agora, faz parte do processo. É sempre assim. Demora, se discute, debate. Então, houve, o contexto foi esse e a situação que a gente está vivendo é exatamente essa”, disse Ronaldo Lessa, ao Diário do Poder.
CIRO ACEITA UNIÃO COM RENAN
Coordenador da bancada alagoana no Congresso Nacional, Lessa reafirmou que Ciro Gomes não se nega a subir no palanque alagoano em que o PDT se encontra agora, se o pedetista não disputar o governo de Alagoas e seguir apoiando Renan e coordenando a campanha majoritária de Renan Filho.
“Ele não disse hora nenhuma que não subiria… Pelo contrário, ele disse que no palanque em que eu estivesse, ele iria”, disse o parlamentar alagoano, que revelou que Ciro pediu que fizesse o “meio de campo” com Renan, caso o quadro se mantenha.
Mas Ronaldo Lessa afirma ser óbvio que Ciro preferia que sua opção fosse ter um palanque próprio do PDT, com o deputado federal disputando o governo, como outros nove candidatos pedetistas que buscam o cargo de governador no Brasil. E lembrou que Ciro deu a mesma liberdade, quando o PDT e Lessa ainda eram aliados do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), que não topou renunciar à prefeitura da capital alagoana para disputar o governo com Renan Filho, com o apoio do DEM e do PP.
“Ciro quis dizer que o importante é que o PDT tivesse dentro de uma força política que fosse respeitada e que ele se sentisse confortável. Agora, ele queria [a candidatura ao governo]. Claro… E disse que tem que ser discutido com a direção nacional do PDT. E até brincou: ‘Eu preferia, mas o Lupi é que radicaliza um pouco, no sentido de que você deva levar em consideração a possibilidade de ir para a majoritária’. Ele [Ciro] não descarta. Preferia, mas não impõe. É a realidade é que a gente está vivendo hoje”, relatou Lessa.
Há uma parcela de pedetistas que ainda alimentam a esperança de ter Ronaldo Lessa disputando o governo novamente. O que poderia garantir uma nova aliança com o prefeito Rui Palmeira, agregando ainda o apoio de outros partidos de oposição a Renan Filho. Mas muitos outros preferem que o PDT garanta o espaço e a possibilidade de manter cargos por mais quatro anos, junto ao governo de um candidato à reeleição sem adversários competitivos.
“[Lupi] pode insistir com a proposta de uma candidatura majoritária ou concordar com o projeto traçado de nossa candidatura ser de reeleição [à Câmara dos Deputados]”, disse Ronaldo Lessa, ao Diário do Poder.