Recordista de propina

Operador do PSDB teria recebido R$ 173 milhões da Prefeitura de SP

Paulo Preto pode ter batido recorde de desvios na gestão Kassab

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Paulo Preto foi preso pela PF em 6 de abril de 2018, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões da obra do Rodoanel (Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado)

O ex-diretor da Dersa (empresa de infraestrutura rodoviária do governo paulista) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, é acusado de ter recolhido um suborno de R$ 173 milhões em obras da Prefeitura de São Paulo, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Os números foram levantados a partir de depoimentos de delatores da Odebrecht, como Carlos Armando Paschoal e Roberto Cumplido, ex-diretores da empreiteira.

Operador do PSDB, Paulo Preto faz os números exorbitantes da Operação Lava Jato parecerem dinheiro de troco. A grana, segundo os delatores, são a soma de exigência de propina de 5% sobre qualquer pagamento feito até 2015 para um pacote de obras chamado Sistema Viário Estratégico Metropolitano, que incluía a Nova Marginal Tietê e o Complexo Jacu-Pêssego.

O pacote original era composto de sete obras, mas uma não saiu do papel (o prolongamento da avenida Cruzeiro do Sul) e outro foi iniciada e depois interrompida —o túnel da avenida Roberto Marinho. Todas elas foram contratadas entre 2008 e 2011, na administração do então prefeito, Gilberto Kassab (PSD), ministro de Ciência e Tecnologia do presidente Michel Temer.

As obras do pacote custaram R$ 3,45 bilhões. Promotores que atuam na investigação estimavam um valor mais baixo para a propina, de R$ 150 milhões.

Delatores da Odebrecht dizem que Paulo Preto inicialmente fez acordos com as cinco maiores empreiteiras do país para dividir o pacote de obras. Esse grupo incluía Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS e Queiroz Galvão. São as chamadas “Cinco Irmãs”

Paulo Preto foi diretor de engenharia da Dersa no governo de José Serra (PSDB), entre 2007 e 2010. Ele foi preso pela Polícia Federal no dia 6 de abril, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões da obra do Rodoanel.

O seu padrinho no PSDB, segundo os próprios tucanos, era Aloysio Nunes Ferreira, que chefiou a Casa Civil no governo Serra e é chanceler de Temer.

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