Eleições 2018

Nos extremos de gastos e arrecadação, Meirelles e Daciolo estão empatados em pesquisas

Candidato do MDB gastou 59 mil vezes mais que Daciolo; Bolsonaro, líder nas pesquisas, gastou R$ 1,1 milhão

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Nunca antes na história desse país dinheiro foi tão pouco importante para a conquista de votos

O valor arrecadado e os gastos de campanha nas eleições de 2018 não têm feito muita diferença aos candidatos. Pelo menos o que tem indicado as pesquisas de intenção de voto à Presidência da República.

Até agora, o candidato que mais gastou foi Henrique Meirelles, do MDB. Meirelles financia a sua própria campanha: destinou R$ 45 milhões para as eleições. Ao TSE, a campanha de Meirelles declarou despesas de 43,3 milhões. Na outra ponta está o Cabo Daciolo (Patri). Ele foi o candidato que declarou a menor arrecadação e o menor gasto: R$ 9.100 arrecadados do financiamento coletivo e R$ 738 pagos para a empresa de arrecadação como taxa de administração. Daciolo quase não tem feito campanha. Optou por se recolher e rezar. O candidato do MDB gastou 59 mil vezes mais que o patriota.

Por ironia, Meirelles e Daciolo estão empatados tecnicamente nas pesquisas, contando com a margem de erro de dois pontos percentuais, de 2% a 0%.

Líder nas pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), arrecadou R$ 998 mil, mas declarou à Justiça Eleitoral despesas de R$ 1,1 milhão – valor muito menor do que o de Meirelles. O polêmico candidato conquistou 28% das intenções de voto no primeiro turno. Na média, Bolsonaro gastou apenas R$ 38 mil por eleitor, de longe o menor investimento da história recente das eleições nacionais.

O tucano Geraldo Alckmin, que empata em gastos com a de Meirelles (R$ 43 milhões de reais) também não consegue decolar nas pesquisas, o que faz com que atualmente cada um dos 8 pontos percentuais que tem nas pesquisas de intenção de voto tenha custado R$ 5,3 milhões.

Cada ponto percentual de Meirelles custou R$ 21,5 milhões de reais, quase o triplo do gasto por eleitor da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014. A petista, que sofreu impeachment há dois anos, foi quem mais gastou entre os candidatos nas eleições de quatro anos atrás: ela torrou R$ 350 milhões, e conquistou 40% dos votos no primeiro turno. Ou seja, seu gasto por ponto conquistado foi de 8,7 milhões de reais. Aécio Neves (PSDB), segundo melhor colocado, gastou um total de R$ 223 milhões, e conquistou 24% das intenções de voto. O gasto médio por ponto foi, portanto, de R$ 9 milhões.

A diferença de patamar se explica: mudanças na lei eleitoral vetaram a doação de empresas para este ano.

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