'Sem preocupação'

‘Não é nepotismo’, diz Bolsonaro sobre o filho Eduardo na embaixada nos Estados Unidos

Presidente afirma o filho não é um aventureiro e que não se importa com críticas

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais, nesta segunda-feira (25) , para criticar a narrativa de “fuga” do seu pai e ex-presidente Jair Bolsonaro - (Foto: Twitter).

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) negou nesta sexta-feira, 12, que a escolha de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a Embaixada do Brasil dos Estados Unidos seja nepotismo e disse ainda que jamais cometeria o ato, que é vedado pela Constituição.

Bolsonaro reclamou ainda da cobertura da imprensa sobre o caso dizendo que parte dos veículos estão “dando uma lenhadinha na gente”.

“Algumas pessoas dizem que é nepotismo, mas é algo para o Supremo decidir. Isso não é nepotismo, eu jamais faria isso”, disse, em uma live ao lado do apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, e do deputado federal Missionário José Olimpio (DEM-SP), ligado à mesma igreja.

“Agora, se eu vou indicá-lo ou não, aí eu vou esperar o momento certo se vou ou não. Quanto à crítica, não estou preocupado com crítica”, declarou o presidente.

Uma análise jurídica interna feita pelo Planalto sobre a possibilidade apontou, em um primeiro momento, que as nomeações de primeiro escalão, como para embaixador, não se enquadram como nepotismo. Mas não foi feita ainda uma análise oficial a pedido do presidente.

Bolsonaro defendeu o currículo do filho. Citou, entre o que considera atributos de Eduardo, que ele fala inglês fluentemente, que já visitou a Europa e que acabou de casar.

“Quando ele viaja para o mundo todo, fala inglês fluentemente, fala espanhol, já foi a vários países da Europa, conhece a família do Donald Trump, tem liberdade e amizade com seus filhos, não é um aventureiro. Acabou de casar, inclusive”, disse Bolsonaro.

O presidente da República afirmou que irá esperar “o momento certo” para decidir se, de fato, indicará o filho. Ele afirmou ainda que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, apoia a possibilidade.

“Não porque é meu filho. É porque conhece o Eduardo”, disse o chefe do Executivo.

Bolsonaro comparou o tratamento que um governo daria a um embaixador de carreira e ao filho de um presidente. “O tratamento é diferenciado.”

O presidente também alfinetou durante a transmissão na internet os ex-chanceleres Celso Amorim (governo Lula) e Aloysio Nunes Ferreira (governo Michel Temer).

“Agora, vocês querem que eu bote quem? Celso Amorim nos Estados Unidos, que é do Itamaraty?”, indagou aos internautas.

“Quem foi o último ministro de Relações Exteriores do Brasil? Aloysio Nunes Ferreira. Ninguém falou nada. Foi, aqui, chefe das Relações Exteriores. Mas não tinha formação nenhuma nesta área. Inclusive, no passado, quando jovem, ele foi motorista do [guerrilheiro Carlos] Marighella”, afirmou.

‘Já fritei hambúrguer nos EUA’

Mais cedo, Eduardo afirmou que fez intercâmbio e fritou hamburguer no país norte americano.

“Não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição. Tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores [da Câmara], tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos”, enfatizou.

O parlamentar argumentou que sua ida para Washington fortaleceria as relações bilaterais entre os dois países e revelou que não vê necessidade de renunciar ao mandato na Câmara mas, se isso acontecer, só deixaria o cargo depois de ter sido sabatinado e aprovado pelo Congresso. Na quinta-feira, o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou que a renúncia é obrigatória nesses casos.

“Ontem [quinta-feira] mesmo, já falava com minha assessoria jurídica sobre essa possibilidade [de nepotismo], que foi descartada”, afirmou. (Com informações da Folhapress)

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