Roubo da Odebrecht

TCU acha que acordos de leniência da Odebrecht com MPF e CGU têm valores pífios

Bruno Dantas diz que Odebrecht desmoralizou a velha piada de corruptos levando 10%

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O magistrado está no comando da corte desde julho do ano passado (Foto: TCU).

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou nesta quinta-feira (20), em declarações ao Diário do Poder (áudio abaixo), que os acordos de leniência negociados pela Odebrecht com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU) foram feitos com base “em valores pífios”, comparados aos danos causados ao patrimônio público, com o roubo bilionário constatado.

Ele defendeu a decisão do plenário do TCU de bloquear R$1,1 bilhão de Emílio e Marcelo Odebrecht, controladores da empresa, lembrando que existem muitos outros processos em tramitação na corte de contas onde já foram identificados prejuízos aos cofres públicos de mais de R$10 milhões.

O superfaturamento beira os 30%, segundo ele. “O que essas empresas fizeram foi desmoralizar aquela velha piada de que os corruptos levavam 10%. Trinta por cento de superfaturamento é algo exagerado até mesmo para os padrões da bandidagem brasileira”.

Bruno Dantas acha que empresas envolvidas em corrupção devem ser ser preservadas, em razão dos empregos que representam e a expertise acumulada durante anos, mas elogiou o trabalho dos auditores concursados do TCU pelo profissionalismo.

O ministro revelou que foram identificados no processo julgado pelos ministros, nesta quarta-feira (19), “e isso não é brincadeira”, um superfaturamento da ordem de R$1,1 bilhão. “Eu estou falando aí de valores históricos, de 2009, de mais de R$600 milhões que, corrigidos, chegam a R$1,1 bilhão”, destacou o ministro.

Outra um trecho das declarações do ministro Bruno Dantas ao Diário do Poder:


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