Relator da CPMI

Lava Jato denuncia ex-presidente da Câmara Marco Maia por fraudar a CPI da Petrobras

Ex-deputado petista pediu R$ 1,5 milhão em propina para fraudar os trabalhos da comissão

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Maia exerceu a função de relator da CPMI instaurada para apurar os atos ilícitos cometidos em prejuízo da Petrobras

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) denunciou o ex-deputado federal Marco Maia (PT-RS), por envolvimento em esquema corrupção durante os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014.

Segundo a denúncia, que teve seu sigilo levantado nesta quarta-feira (30), Maia com o auxílio do empresário Luiz Gerber, cobrou propina para evitar a convocação de executivos, assim como para elaborar o relatório final dos trabalhos da CPMI sem a recomendação de seu indiciamento.

Maia pediu para Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS R$ 1 milhão, e a Júlio Gerin de Almeida Camargo, representante da Toyo Setal, o valor de R$ 500 mil.

A denúncia ainda aponta que os valores ilícitos solicitados a Júlio Camargo, por sua vez, foram recebidos em espécie por Luiz Gerber no escritório do executivo da cidade de São Paulo.

Do total da propina pedida por Marco Maia, foi feito o pagamento de R$ 200 mil mediante quatro repasses em espécie no valor de R$ 50 mil cada. Júlio Camargo também não foi denunciado neste momento por também ter atingido o limite de pena previsto em seu acordo de colaboração.

Segundo o MPF,  após o recebimento das vantagens indevidas da OAS e da Toyo Setal, Maia elaborou o relatório final da CPMI sem indiciar os executivos Léo Pinheiro e Júlio Camargo pelos crimes cometidos no âmbito da empresa estatal que foram descobertos pela operação Lava Jato.

Em seguida, entretanto, o ex-deputado federal retificou o relatório inicialmente apresentado e o complementou com o indiciamento dos empresários devido às fortes pressões da sociedade e de outros integrantes do Congresso Nacional.

Também foram indiciados: Luiz Gerber, José Carlos Tadeu Gago Lima e José Alves Capella Júnior, e o executivo da OAS, Ramilton Lima Machado Júnior.

Além da condenação, o MPF pediu a fixação de R$ 1,2 milhão como dano mínimo a ser reparado à Petrobras, devendo ser pago de forma solidária, ou seja, no valor total para todos.(Com informações do MPF-PR)

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