Janaina Paschoal sinaliza saída do PSL e questiona ‘faculdades mentais’ de Bolsonaro
Autora do pedido de impeachment de Dilma, deputada estadual disse que colegas de partido 'estão cegos'
A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL) afirmou nesta segunda-feira (20) que os colegas de partido dela “estão cegos” e que quer deixar a bancada da legenda na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Eleita com mais de 2 milhões de votos, a maior votação na história recebida para o cargo no país, a advogada que se notabilizou com o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fez críticas nos últimos dias à manifestação que está sendo convocada para domingo (26) em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Amigos, vocês estão cegos. Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no país. Isso tudo é responsabilidade”, escreveu ela no grupo de WhatsApp dos deputados estaduais da legenda. Em seguida, Janaina saiu do grupo.
Ela também mandou um áudio aos colegas questionando um vídeo postado por Bolsonaro em que um pastor o defende como um político “estabelecido por Deus” para guiar o Brasil.
“Eu peço que vocês assistam e me respondam se um presidente da República, na plenitude das suas faculdades mentais, publicaria um vídeo desses. Por favor”, disse ela na gravação.
Um rompimento imediato com o PSL seria delicado para a parlamentar por causa da regra de fidelidade partidária. Ela não indicou estar disposta a abrir mão do mandato, e a legenda não pretende expulsá-la. Uma eventual troca de legenda só poderia ocorrer durante a chamada janela partidária.
A parlamentar disse que não está abandonando o presidente. “Eu estou tentando salvar um governo no qual eu votei e trabalhei muito para eleger, mas para governar nas regras do Estado democrático de Direito. Não consigo ver lógica em um governo convocar manifestações.”
PSL
Líder da bancada do PSL na Assembleia, o deputado Gil Diniz diz defender a permanência da advogada na sigla. “Ninguém no partido defende a expulsão dela. Mas que ela fique se quiser. Não posso obrigá-la a ficar”, afirmou.
“Agora, eu discordo do que ela falou de cegueira. Não tem ninguém cego ali não, pelo contrário. Nem os deputados nem os milhões de brasileiros que querem se manifestar estão cegos”, segue o parlamentar, que diz estar se programando para ir aos atos. (Com Folhapress)