Encontros são comuns

Isto é Brasília: Bolsonaro jogava futebol ao lado de deputados comunistas

Críticas à visita do presidente a Toffoli são próprias de quem ignora a rotina da capital

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A foto da agência Estado, de 2007, mostra times de deputados como Bolsonaro e os comunistas Renildo Calheiros (PE) e Aldo Rebelo e o socialista Júlio Delgado (MG) - Foto de Pablo Valadares.

As críticas sobre a visita do presidente Jair Bolsonaro à residência do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim de semanas, são decorrentes de pessoas que não conhecem os hábitos e costumes dos ocupantes de cargos públicos em Brasília.

No fim de semana, Bolsonaro se encontrou com o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre e o ministro indicado para o STF Kassio Nunes Marques.

Uma foto do presidente abraçando o anfitrião causou um alvoroço desnecessário.

São comuns na Capital as visitas de autoridades, inclusive de outros poderes, sobretudo à noite ou nos fins de semana, para rodadas de pizza ou mesmo para almoços ou jantares mais substanciais, como aqueles promovidos há anos na casa do deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), com políticos de todas as tendências.

Toffoli recebe Bolsonaro com um abraço, em sua casa, provocando reação desproporcional.

Também são conhecidos outros encontros, como “peladas” de “futebol society” reunindo políticos que medem forças agressivamente no parlamento ou nas páginas de jornais.

Essas “peladas” ocorrem há décadas, e são vistas com absoluta naturalidade em Brasília. Uma foto do repórter Pablo Valadares, da Agência Estado, de dezembro de 2007, por exemplo, mostra deputados uniformizados prestes a iniciar um jogo.

Nessa foto, aparecem o então deputado Jair Bolsonaro ao lado de adversários comunistas, como os então deputados Aldo Rebelo (SP) e Renildo Calheiros (PE), irmão do senador Renan Calheiros, ambos do PCdoB, além de Júlio Delgado (PSB-MG) e de Ciro Nogueira (PP-PI), entre outros.

Nesse jogo, a convidada especial era a célebre bandeirinha Ana Paula Oliveira, que apitou o jogo da confraternização de fim de ano de parlamentares que, apesar das diferenças políticas, faziam questão de conviver amistosamente fora dos holofotes.

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