Dança das cadeiras

Ibaneis demite secretário da Educação e o substitui pelo atual secretário do Trabalho

Demissão ocorre na polêmica sobre implantação de gestão compartilhada nas escolas

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João Pedro Ferraz Passos foi efetivado na Secretaria da Educação, deixando definitivamente a pasta do Trabalho.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu demitir o secretário da Educação, Rafael Parente. O atual secretário do Trabalho, João Pedro Ferraz, assumirá o cargo.

A demissão de Parente ocorre em meio à discussão sobre o funcionamento do modelo de Gestão Compartilhada, onde militares participam da administração e da rotina de unidades públicas escolares, e a Secretaria de Educação fica responsável pela condução pedagógica dos estudantes.

No último fim de semana, uma consulta a professores, funcionários, alunos e pais em cinco escolas públicas, apontou que três delas concordaram em aderir ao projeto. Ibaneis, no entanto, anunciou que todos os centros de ensino consultados integrarão o projeto, apesar dos votos contrários.

A decisão do governador de implantar a Gestão Compartilhada nas cinco escolas públicas foi reforçada por um crime ocorrido no fim da tarde desta segunda (19), quando um aluno do CEF 07, em Samambaia, de apenas 13 anos, foi esfaqueado na porta da escola. A unidade foi uma das duas que rejeitaram a gestão compartilhada, com a presença de policiais militares.

O secretário demitido, Rafael Prudente, mostrou-se reticente em relação à obstinação de Ibaneis de implantar a Gestão Compartilhada inclusive nas duas escolas onde o “não” teve maioria de votos, na consulta de sábado. Parente é adepto da “gestão democrática” à qual, na sua opinião, o governo deveria se submeter, ainda que as escolas em questão estejam tomadas pela violência e cercada por gangues e traficantes.

Para conseguir que essas duas escolas não aprovassem a Gestão Compartilhada, sindicalistas ligados e professores e  militantes de partidos de esquerda fizeram uma autêntica campanha eleitoral, com direito a rico material gráfico e a panfletos que inundaram as escolas, sem contar a participação inclusive de militantes ideologizados da Universidade de Brasília destacados para “fazer a cabeça” de alunos e professores. O ex-secretário de Educação não se moveu para enfrentar a investida ideológica dessa turma.

No Twitter, o ex-secretário agradeceu a oportunidade e o favor de demiti-lo. “Eu não voltaria atrás. Minha palavra, a minha integridade e os meus valores (inclusive democráticos) são o que tenho de mais valioso na minha vida”, disse ele, referindo-se ao governo que o prestigiou até o último momento, quando decidiu se bandear para outras plagas.

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