Pilares da economia

Paulo Guedes provoca entusiasmo prometendo privatizações e simplificação

Vem aí um Estado menor e mais simples

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O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Valter Campanato/ABr

Ao tomar posse no cargo do novo Ministério da Economia na tarde desta quarta-feira (2), em Brasília (DF), o ministro Paulo Guedes deixou o mercado empolgado ao destacar que a Previdência Social, as privatizações e a simplificação de tributos são os “pilares da nova gestão”. “O Brasil deixará de ser o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores”, destacou o novo ministro.

Guedes pediu ajuda aos parlamentares para a aprovação da reforma da Previdência, argumentando que, se o governo e o Legislativo conseguirem aprovar a matéria, o Brasil “terá dez anos de crescimento à frente”. Por falta de acordo partidário, a proposta tramita desde 2016, quando foi enviada pelo governo Michel Temer.

“A Previdência Social virou uma gigantesca engrenagem de transferências perversas. É atualmente uma fábrica de desigualdades. Quem legisla tem as maiores aposentadorias, quem julga tem as maiores aposentadorias. O povo brasileiro, as menores”, declarou durante sua posse.

O ministro que comanda a pasta resultante da decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de fundir os ministérios Fazenda, do Planejamento e parte do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior ressaltou que “não existe superministro”.

A proposta tributária é, segundo o ministro, unificar sete ou oito tributos em um imposto federal. Bem como  descentralizar os recursos, ou seja, destinar mais arrecadação para os estados e municípios. “Menos Brasília e mais Brasil”, parafraseou o presidente Bolsonaro.

A defesa de programa amplo de privatizações também foi um dos rumos indicados pelo novo ministro, que prevê um limite de até 20% do PIB como patamar ideal da carga tributária, em relação à riqueza do país. percentual que somou 32,43%, em 2018. “Acima disso, é o quinto dos infernos. Tiradentes morreu por isso”, disse.

Gastos públicos

Guedes negou que o descontrole na expansão de gastos públicos é o “mal maior” da economia brasileira. Mas ainda afirmou que o Brasil foi corrompido e parou de crescer por excesso de gastos. “O Estado gasta mal e transfere dinheiro para privilégio”, declarou.

Para o novo ministro, a expansão das despesas é o “calcanhar de Aquiles” de todas as tentativas de estabilização da economia, dentro do contexto de um défcit (despesas acima das receitas) de cinco anos, que faz o governo prever um rombo de R$ 139 bilhões ao final deste ano.

“Experimentamos todas as disfunções financeiras em torno desse processo, como moratória e inflação. Agora, estamos respirando a sombra de uma tranquilidade, mas é uma falsa tranquilidade, da estagnação econômica”, disse Paulo Guedes.

O ministro da Economia defendeu que o teto de gastos, que controla as despesas para não superarem a inflação do ano anterior, não tem sustentação sem as reformas estruturais, como da Previdência Social. “O teto esta aí, mas, sem paredes de sustentação, cai. Essas paredes são as reformas. Temos de aprofundar as reformas”, declarou Paulo Guedes.

A necessidade de fazer uma reforma administrativa no setor público também foi defendida, com o argumento de que há mais de 300 carreiras no governo federal. Neste momento, Guedes informou que cargos de confiança já estão sendo cortados e que o governo vai atrás de benefícios fiscais, como subsídios para empresas.

Democracia forte

Em seu longo discurso que encerrou a solenidade, Paulo Guedes também destacou mecanismo de inclusão social são as economias de mercado. E disse que a democracia do Brasil é resiliente e o presidente Jair Bolsonaro e a equipe têm absoluto compromisso com as instituições democráticas.

Ainda abordando as liberdades constitucionais como a que garante a imprensa livre, Paulo Guedes disse que a democracia no Brasil é “forte o suficiente” para as pessoas aprenderem com os erros. E declarou que o país enfrentou uma ‘crise institucional terrível’, e democracia resistiu consolidada, tornando possível olhar com segurança para o futuro.

O ministro Paulo Guedes garantiu que o governo vai libertar os jovens que querem trabalhar por meio da carteira de trabalho “verde e amarela”. E disse que “piratas privados” e “criaturas do pântano politico” se associaram contra o povo brasileiro.

 

 

 

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