ONGs reagem

Governo exonera diretora do departamento de prevenção ao HIV

Entidades enviam cartas ao pedindo manutenção de Adele Benzaken no cargo

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Adele Benzaken médica sanitarista, foi exonerada da direção do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. (José Cruz/Agência Brasil)

A médica sanitarista Adele Benzaken foi exonerada da direção do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das infecções sexualmente transmissíveis, do HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela foi avisada da exoneração nesta quinta-feira , 10, em conversa com o novo secretário de vigilância, Wanderson Kleber de Oliveira.

A medida ocorre uma semana após o novo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmar que o governo precisava voltar a estimular a prevenção do HIV, “mas sem ofender as famílias”.

A troca também ocorre poucos dias após o governo retirar do ar uma cartilha voltada à saúde de homens transexuais, alegando a necessidade de correções no documento.

Entidade que representam especialistas e portadores de HIV reagiram à troca e passaram a enviar cartas ao novo ministro pedindo que a atual diretora seja mantida no cargo.

Em ofício enviado nesta quinta ao ministério, o Fórum de ONG/Aids de São Paulo afirma que Benzaken ajudou o país a retomar lugar de destaque na resposta à epidemia e trabalhou para expansão de outros métodos preventivos ao HIV, caso da PEP (profilaxia pós-exposição) e da Prep (Profilaxia pré-exposição) no país, “sem ofender as famílias”.

“Mais recentemente, também, a campanha governamental de conscientização da importância da prevenção do HIV ajudou a difundir –sem ofender às famílias– as conclusões dos resultados de estudos científicos sobre o ‘indetectável = intransmissível’, que incentiva a adesão ao tratamento antirretroviral pelas pessoas vivendo com HIV”, informa o ofício.

Infectologistas e representantes de outras entidades, como a Anaids, também enviaram cartas ao Ministério da Saúde nesta semana.

Questionado, o ministério informa que Adele não será mais a diretora, “mas foi convidada para continuar a contribuir com a política”. A previsão é que a troca de comando seja publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.

Em seu lugar, ficará o atual diretor-substituto do departamento, o médico epidemiologista Gerson Pereira. (Com informações da Folha de S.Paulo)

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