Pandemia de Covid-19

Governo anuncia medidas contra coronavírus; autônomos terão auxílio de R$ 200 mensais

Entre as ações também estão o pedido de declaração de calamidade pública, desoneração de produtos médicos e auxílio a empresas

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Coletiva à Imprensa do Presidente da República, Jair Bolsonaro e Ministros de Estado. Foto: Carolina Antunes/PR

Em entrevista coletiva com parte do ministério, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na tarde desta quarta-feira (18)  medidas para conter o avanço da pandemia do coronavírus e garantir socorro à economia. Ele voltou a dizer que “não convocou” os atos realizados no último domingo e rebateu críticas pelo contato que teve com cidadãos, descumprindo medidas de isolamento social. “Não vou abandonar a população”.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a declaração de calamidade social é necessária para evitar o contingenciamento de recursos. “Isso nos dá espaço fiscal”, argumentou.

Medidas
Bolsonaro anunciou as seguintes medidas hoje:
– estado de calamidade pública, a fim de garantir recursos para saúde e emprego;
– reforço no programa Bolsa Família;
– atraso no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Simples Nacional por três meses para reforçar o caixa das empresas;
– desoneração de produtos médicos;
– R$ 24 bilhões para linha de crédito pessoal (com o intuito de ajudar trabalhadores autônomos) e R$ 48 bilhões para empresas;
– socorro à aviação civil;
– fechamento de fronteiras, em especial com a Venezuela.

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a “camada de proteção” para profissionais autônomos e informais prevê um “voucher” (vale) de R$ 200 por mês para quem não recebe benefícios sociais do governo, como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Calamidade
A declaração de calamidade deve ser analisada em breve pela Câmara dos Deputados.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê essa condição temporária, que suspende prazos para ajuste das despesas de pessoal e dos limites do endividamento; para cumprimento das metas fiscais; e para adoção dos limites de empenho (contingenciamento) das despesas.

Segundo o governo, o reconhecimento do estado de calamidade pública, previsto para durar até 31 de dezembro, é necessário “em virtude do monitoramento permanente da pandemia Covid-19, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”.

Conforme previsto na LRF, o governo deve atualizar na próxima semana os parâmetros econômicos que norteiam as contas públicas. Interlocutores da equipe econômica, como o líder do governo na Comissão Mista de Orçamento, deputado Claudio Cajado (PP-BA), previam o anúncio neste mês de um contingenciamento de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões.

Neste ano, conforme o Orçamento sancionado sem vetos pelo presidente Bolsonaro, a meta fiscal para o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) é um déficit primário de R$ 124,1 bilhões. Desde 2014, as contas públicas estão no vermelho: descontado o pagamento dos juros da dívida, as despesas superam as receitas. (Agência Câmara)

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