Operação Skala

Filha de Temer depõe como testemunha e nega ajuda do pai ou do coronel

Ela diz que teve ajuda da mãe e fez empréstimo para reformar casa

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Maristela Temer depôs no inquérito da Operação Skala, que investiga o decreto dos Portos

A psicóloga Maristela Temer, filha do presidente, depôs como testemunha, nesta quinta-feira (3), por cerca de quatro horas à Polícia Federal, no inquérito da Operação Skala, que investiga o decreto dos Portos, e disse que custeou uma obra de reforma de sua casa e recebeu ‘uma ajuda de camaradagem, amizade, quase familiar’ do coronel João Baptista Lima Filho, amigo de seu pai há muitos anos. Ela afirmou que foi a responsável pela obra e, para isso, recebeu ajuda financeira da mãe e também tomou empréstimo bancário. E que não recebeu qualquer ajuda em dinheiro do coronel ou da empresa dele, Argeplan. Maristela afirmou que não teve ajuda por parte do pai ou ajuda externa.

O advogado Fernando Castelo Branco, que representa a filha de Temer, disse que ela ficou muito aliviada com o depoimento. “Depois de tanto tempo, tanta execração, violação da intimidade não só dela, como da própria filha, Maristela ficou mesmo aliviada por ter falado a quem deveria ouví-la”, disse. “Ela contou toda a história dessa fatídica reforma que se converteu em uma lenda. Foi muito clara, muito pontual.”

Maristela respondeu a todas as perguntas do delegado. Alegou que tinha, e sempre teve, uma preocupação muito grande com o custo da obra. Sabia exatamente até onde podia “caminhar com as próprias pernas” para bancar o empreendimento. Fez um empréstimo bancário, por volta de 2013 e 2014, mas não se recorda especificamente se era para quitar uma despesa determinada da obra. Tomou o empréstimo por conta do gasto extra da obra.

Disse que a reforma não significava muito para ela. Relatou que vendeu a casa em que morava anteriormente e comprou um imóvel ‘mais barato’, tanto que até ficou com uma ‘gordura’ para fazer frente às despesas com a reforma.

Maristela contou que seu objetivo era alugar a casa, ‘dar um tapa’ na casa para poder alugar, porque estava de mudança para Ibiúna (Grande São Paulo). Ela contou ao delegado que se separou e queria dar à filha uma oportunidade de vida diferente.

Ela e a filha moraram dois anos em um sítio, mas acabaram voltando a São Paulo, em 2013. Aí continuou tocando a obra de reforma que durou todo esse tempo, arrastada, porque dependia de sua própria saúde financeira.

A ajuda que o coronel Lima e a mulher (arquiteta Maria Rita Fratezi) deram ‘foi uma ajuda de camaradagem, quase que familiar’.

Ela narrou que conhece o oficial desde muito pequena, porque ele é amigo de seu pai há 40, 50 anos.

Segundo Maristela, o coronel e a mulher fizeram orçamentos iniciais, cotação de preço com algumas empresas, para fazer a obra. Mas ela própria acabou rechaçando porque, segundo explicou, eram valores que quase se igualavam ao preço que ela havia pago pela casa.

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