Operação Sem Limites

Executivo ligado a ex-cônsul honorário da Grécia é alvo de nova fase da Lava Jato

MPF estima que pelo menos R$ 31 milhões tenham sido pagos em propina no esquema na área de trading da Petrobras

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Sede da estatal Petrobras, no Rio de Janeiro. (Foto: EBC)

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta (5) a 57ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Sem Limites, que investiga um esquema criminoso na área de trading da Petrobras, ou seja, o setor que realiza negócios de compra e venda de petróleo e derivados com empresas estrangeiras.

O Ministério Público Federal (MPF) estima que, entre 2009 e 2014, pelo menos R$ 31 milhões tenham sido pagos em propina para funcionários da petroleira.

As empresas Vitol, Trafigura e Gleconre estão entre as investigadas nesta fase da Lava Jato. As três empresas teriam efetuado pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras nos montates de US$ 5,1, US$ 6,1 e US$ 4,1 milhões, respectivamente. Os pagamentos estão relacionados a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem.

Entre os alvos da etapa deflagrada nesta quarta está Omar Emir Chaves Neto, diretor de uma empresa de transporte marítimo. Chaves Neto é ligado ao ex-cônsul honorário da Grécia Konstantinos Kotronakis.

O ex-cônsul já foi alvo de investigação por suspeita de pagamento de propina ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. À época, Kotronakis chegou a ser proibido de deixar o país pelo então juiz Sérgio Moro.

Os agentes cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro. Até a publicação desta reportagem, cinco pessoas haviam sido presas pela PF. Os advogados Gustavo Buffara Bueno e André Luiz dos Santos Paza estão entre os presos durante a operação, acusados de lavar dinheiro para agentes públicos.

O nome da operação, Sem Limites, faz referência “à transnacionalidade dos crimes praticados (que ocorrem em diversos locais no país e no exterior), à ausência de limites legais para as operações comerciais realizadas e à busca desenfreada e permanente por ganhos de todos os envolvidos”, declarou a PF em nota.

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