Após fala de Onyx Lorenzoni

Embaixador da Noruega se diz aberto ao diálogo com o governo eleito

Fala acontece um dia após Onyx Lorenzoni rebater críticas de ONGs sobre preservação do meio ambiente no Brasil

acessibilidade:
O embaixador da Noruega, Nils Martin Gunneng; país é principal doador do Fundo Amazônia, que financia preservação da floresta. Foto: Marcelo Camargo/ABr

O embaixador da Noruega no Brasil, Nils Martin Gunneng, disse nesta terça-feira, 13, nas redes sociais, que o seu país aprendeu muito a respeito de preservação ambiental com o Brasil. “São 10 anos de parceria entre nossos países”, afirmou.

“Os resultados são impressionantes para o mundo. Temos orgulho por ter contribuído” afirmou. Gunneng disse, ainda, que está aberto a uma conversa com o ministro extraordinário da transição Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil do futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.

A reação do embaixador ocorre um dia depois de Lorenzoni rebater críticas de organizações não governamentais (ONGs) sobre preservação do meio ambiente no Brasil.

Onyx afirmou ontem, 12, que os noruegueses devem “aprender” com os brasileiros sobre preservação de florestas.

“Nós vamos preservar o Brasil. Agora, com altivez. Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que que a gente tem que fazer”, disse o ministro.

Lorenzoni foi questionado por um dos jornalistas sobre o repasse feito pelo governo da Noruega ao Fundo Amazônia, utilizado para financiar projetos de preservação de povos indígenas e da Amazônia. O ministro respondeu:

“E a legislação brasileira não vale nada? E a floresta norueguesa quanto eles preservaram? O Brasil preservou a Europa inteira territorialmente, toda a União Europeia com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros e não a gente aprender com eles”, disse Lorenzoni, que se irritou e encerrou a entrevista.

A Noruega é o maior doador do Fundo Amazônia, para o qual destinou cerca de R$ 2,8 bilhões, entre 2009 e 2016, com objetivo de financiar a preservação da floresta.

No ano passado, o governo do país europeu anunciou que cortaria pela metade os repasses para o fundo porque os índices de desmatamento no Brasil passaram a aumentar e os noruegueses começaram a questionar as políticas de conservação.

Reportar Erro