Saiu muito barato

Embaixador acusado de assédio sexual é punido só com suspensão

Souza-Gomes atacou colegas de trabalho e toma apenas um 'gancho' de 85 dias

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O abusador é alvo de um processo administrativo disciplinar após relatos de diversas mulheres

Acusado de assédio sexual, o embaixador João Carlos de Souza-Gomes, ex-chefe da representação do Brasil junto a FAO, órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, com sede em Roma, recebeu tratamento condescendente da sua corporação, no Ministério das Relações Exteriores.

Ele foi “punido” pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, apenas com a suspensão de 85 dias sem remuneração por “descumprimento dos deveres funcionais”, e não pelo assédio que vitimou todas as suas colegas de trabalho em Roma. O caso foi denunciado pelo Diário do Poder, na Coluna Cláudio Humberto.

O abusador é alvo de um processo administrativo disciplinar após relatos de diversas mulheres que trabalharam com ele, e sofriam com o assédio do embaixador.

Em março, o  corporativismo do Itamaraty já havia “punido” Gomes com a mesma condescendência: retirado da FAO, foi transferido para o escritório à beira-mar, no Rio de Janeiro. O Itamaraty manda para o Escritório no Rio, salvo raras exceções, diplomatas encostados que não têm a dignidade de aposentar-se.

Por meio de nota, o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sindtamaraty) apoia a punição imposta ao desembargador, para o presidente do sindicato, Ernando Neves, a suspensão é um marco para o Ministério das Relações Exteriores.

Veja a nota na íntegra

Como protagonista da luta contra o assédio no Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Sinditamaraty acompanhou de perto o caso de assédio ocorrido na Delegação Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

O presidente do Sinditamaraty, Ernando Neves, avalia que o desfecho do episódio (suspensão de 85 dias, sem remuneração) é um marco para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). “Reconhecemos a mudança da postura do Itamaraty com relação a casos como esse. Esperamos que atos abusivos e discriminatórios sejam, cada vez mais, repelidos, combatidos e punidos dentro do Ministério”.

O Sindicato reafirma que continuará trabalhando na construção de um Itamaraty melhor para todos.
#SindyPorTodos

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