Em foto, deputados confirmam rejeição ao tio de Renan Filho na presidência da ALE

O Poder Legislativo de Alagoas exibiu ontem (2) sua musculatura política, ao reunir 20 parlamentares, um dia depois de o governador Renan Filho (MDB) tomar posse em seu segundo mandato, mantendo maioria de seu secretariado aberto aos conchavos políticos para a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). A reunião na casa do deputado Bruno Toledo (PROS-AL) consolida o apoio público de 19 dos 27 deputados à pré-candidatura do deputado Marcelo Victor (SD-AL) a presidente da ALE, que tem como adversário o tio do governador, deputado Olavo Calheiros (MDB-AL). O placar da disputa seria de 21 a 6, contra o tio de Renan.

A foto do encontro foi divulgada pelos parlamentares, para confrontar o blefe governista que dava como certos os votos dos deputados Gilvan Barros Filho (PSD-AL), Galba Novaes (MDB-AL) e Inácio Loiola (PDT-AL) a favor do deputado Olavo Calheiros.

Questionado pelo Diário do Poder sobre a demonstração de apoio ao seu nome para presidir a Assembleia, o deputado Marcelo Victor resumiu da seguinte forma: “Lisonjeado”. Ele disse que já realizou alguns encontros na casa do deputado Bruno Toledo, a quem agradeceu pelo carinho do colega e de sua família pelo acolhimento.

Além disso, a 20ª participante da reunião, deputado Jó Pereira (MDB-AL), evitou sair na foto, mas levou consigo o secretário de Assistência Social do governo Renan Filho, Fernando Pereira, no encontro dos apoiadores de Marcelo Victor. Os irmãos Pereira agem com a confiança de que não precisam de secretaria pra ganhar eleição em Alagoas e empolgam a maioria do parlamento, que quer demonstrar o mesmo ao governador reeleito Renan Filho.

Em uma das reuniões anteriores, um 21º deputado, Sílvio Camelo (PV-AL), garantiu seu voto para Marcelo Victor. Mas não compareceu ontem, porque justificou que estava viajando.

A foto é fruto da decisão amadurecida de que, se o grupo está fechado na oposição ao nome apoiado pelo governador, não fazia mais sentido não demonstrar o apoio publicamente. Mas ainda há quem faça outra leitura, dando a disputa como “empatada”. Integrantes da base de apoio a Marcelo Victor consideraram cômica a “matemática inovadora” difundida por fontes do governo de Renan Filho. Mas há quem fale em traição em massa, bem comum a uma classe política vista pela sociedade como não confiável.

A decisão do governador Renan Filho de anunciar seu novo secretariado definitivo somente após a definição da eleição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) foi uma de suas primeiras iniciativas para convencer os deputados estaduais a eleger seu tio. Mas o que tem irritado a maioria dos parlamentares são blefes como o que noticiou que Renan Filho teria oferecido uma proposta que teria resultado em “consenso” para uma composição que passaria pela renúncia de Marcelo Victor e apoio Olavo Calheiros como presidente.

O grupo de apoio a Marcelo Victor está tão consolidado a ponto de já ter definido uma chapa completa para todos os cargos da Mesa. E a primeira lição para este 2º mandato de Renan Filho tende a ser a de que popularidade e reeleição em 1º turno com 77% dos votos não constroem base de apoio, apesar de muitos parlamentares negarem uma ruptura com o governador aliado.

Em tempo, estiveram presentes à reunião, na ordem da esquerda para direita na foto, os seguintes deputados: em pé, Davi Davino Filho (PP), Inácio Loiola (PDT), Marcos Barbosa (PPS), Dudu Ronalsa (PSDB), Léo Loureiro (PP), Davi Maia (DEM), Paulo Dantas (MDB), Chico Tenório (PMN), Angela Garrote (PP), Tarcizo Freire (PP), Flávia Cavalcante (PRTB), Marcelo Beltrão (MDB), Yvan Beltrão (PSD); sentados, Galba Novaes (MDB), Cabo Bebeto (PSL), Marcelo Victor (SD), Cibele Moura (PSDB), Bruno Toledo (PROS), Gilvan Barros Filho (PSD), e ausente da imagem, Jó Pereira (MDB).