Dono do Grupo Petrópolis é denunciado por lavar US$ 3,6 milhões desviados da Petrobras
Lava Jato acusa Walter Faria de receber dinheiro em contas secretas na Suíça
A força-tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) denunciou nesta quarta-feira (4), o dono do grupo Petrópolis, Walter Faria, e os executivos Vanuê Antônio da Silva Faria e Nelson de Oliveira, por 12 crimes de lavagem de dinheiro, durante a contratação da construção de um navio-sonda da Petrobras.
Segundo a denúncia, eles receberam de operadores financeiros, durante o período de 2006 e 2007 o montante de US$ 3.686.869,21 em contas secretas mantidas na Suíça.
A contratação da construção do navio-sonda Petrobras 10.000, pelo estaleiro coreano Samsung, ocorreu ao custo de US$ 586 milhões, entre os anos de 2006 e 2008. Na ocasião, Jorge Luz e Bruno Luz atuaram junto a Fernando Soares e Julio Camargo, e ao ex-diretor Nestor Cerveró para operacionalização do pagamento de propina de US$ 15 milhões.
A nova denúncia está centrada em etapa da lavagem de dinheiro transnacional decorrente da corrupção nessa contratação. Documentos bancários obtidos na investigação comprovaram o recebimento de recursos milionários, sem causa econômica legítima, em contas no exterior controladas e movimentadas pelos acusados.
Os valores remetidos pelos referidos operadores financeiros, já condenados na operação Lava Jato, usualmente se direcionavam aos funcionários da Petrobras, como Nestor Cerveró, e aos agentes responsáveis pela sua sustentação política nos cargos.
Para oferecer a denúncia, os procuradores utilizaram de provas colhidas durante a investigação, mormente de depoimentos e documentos obtidos com colaboração premiada, quebras de sigilo bancário e fiscal, relatório de Comissão Interna de Apuração da Petrobras e rastreamento de contas ocultas no exterior, que foram obtidas mediante cooperação jurídica internacional.
Esses fatos são desdobramentos dos crimes já apurados nas ações penais, em que foram condenados Nestor Cerveró, Julio Camargo e Fernando Soares. Assim como os funcionários da Petrobras Luis Carlos Moreira da Silva e Demargo Epifânio, além dos operadores Jorge Luz e Bruno Luz.
O Grupo Petrópolis informou que “todos os esclarecimentos solicitados já foram prestados aos órgãos competentes, em diversas ocasiões”. (Com informações PRPR)