Efeitos foram políticos

Diretor do Butantan diz que interrupção de testes da CoronaVac não teve efeito prático

Para Dimas Covas, maiores efeitos de suspensão de testes foram políticos

acessibilidade:
Diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas. Foto: Governo de São Paulo.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou em audiência da comissão mista que acompanha as medidas do Poder Executivo no enfrentamento à pandemia, na manhã desta sexta-feira (13), que a recente interrupção das pesquisas sobre a vacina CoronaVac não teve nenhum efeito prático na condução dos estudos, os quais, segundo ele, foram retomados e prosseguem normalmente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão dos testes da vacina contra o coronavírus em humanos na noite de segunda-feira (9). Sem apresentar detalhes do caso, a agência informou por meio de nota que a interrupção se devia a um “evento adverso grave”. Posteriormente, foi confirmada a morte de um dos voluntários por motivo não ligado diretamente à vacina.

“Os estudos foram retomados e agora prosseguem. Essa interrupção não teve nenhum efeito prático. Os efeitos maiores foram mesmo políticos e pela forma e o momento em que ocorreram”, explicou Covas.

O diretor do instituto disse que os dados relativos ao voluntário que morreu não foram fornecidos pelo Butantan, que segue tendo “absoluta aderência à confidencialidade”.

“Esses dados acabaram sendo ofertados na imprensa, mas não teve quebra de confidencialidade, pois sabemos da grande responsabilidade que todos nós temos quanto a isso”, destacou.

Covas afirmou também que não faz julgamento de valor e que o assunto deve ser tratado de forma técnica. Segundo ele, a preocupação é tornar a vacina disponível o mais rápido possível ao povo brasileiro, visto que de 400 a 600 pessoas continuam morrendo diariamente no país por conta da pandemia.

Anvisa

O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, também participou da reunião desta sexta-feira. Em uma breve apresentação inicial, ele prestou solidariedade à família do voluntário morto e reafirmou o compromisso da agência reguladora com a confidencialidade das pesquisas científicas. (Com informações da Agência Senado)

Reportar Erro