Oportunismo na tragédia

Deputado de Pernambuco é ridicularizado por fazer ‘cara de nojo’ em praia limpa

Oportunismo do filho do falecido ex-governador Eduardo Campos enfureceu os eleitores

acessibilidade:
Usando tênis impecáveis e fazendo cara de nojo, o deputado posa para fotos em praia onde as manchas de petróleo já tinham sido removidas.

No mesmo dia em que anunciou sua disposição de criar a “CPI do vazamento de óleo” para investigar e punir culpados pelo desastre ambiental que atinge as praias do Nordeste, o deputado federal João Campos (PSB-PE) foi ridicularizado por atuar como um “blogueirinho” e fazer cara de nojo, ao publicar fotos de sua visita a uma das áreas atingidas por óleo em Ipojuca (PE), na segunda-feira (21).

Com tênis limpos, o deputado foi fotografado por sua equipe de marketing e postou nas redes sociais suas fotos em que aparecia com expressão de nojo e exibindo uma luva só, parcialmente suja, dizendo estar “contribuindo com o esforço do povo nordestino”. Tudo isso após voluntários travarem uma batalha na limpeza pesada do óleo na praia de Porto de Galinhas.

Por causa da ação midiática, o parlamentar que está cotado para disputar a prefeitura do Recife (PE) foi acusado de oportunismo e ainda foi provocado a trabalhar, em vez de só criticar a ineficiência das ações do governo de Jair Bolsonaro (PSL) contra o desastre.

Em vídeo publicado nas redes sociais por um dos voluntários, João Campos é criticado pelo suposto jogo de cena, ao aparecer peneirando a areia em busca de vestígios do óleo, “dando uma de bonzinho, vendendo o peixe dele”, sendo filmado por sua equipe.

“Que lindo, deputado. Encantado com o senhor peneirando o óleo na beira da praia e uma pessoa ao lado registrando tudo, bem blogueirinho. Depois de dias catastróficos, onde o povo pernambucano que é o verdadeiro ‘mito’ ter passado horas com a mão no óleo ir na orla se preocupar com grãos de areia é muito cômodo”, reagiu Krish Lino, à publicação do parlamentar, ao sugerir que Campos suje a camisa da próxima vez, para “ficar mais real”.

“Depois que a praia está quase limpa o senhor deputado foi penerar [sic] areia e Porto de Galinhas? Quem de fato trabalhou foi o munícipe ipojucano, ONGs, voluntários e a prefeitura do Ipojuca, se promove menos deputado e trabalhe mais”, aconselhou o engenheiro civil Amós Machado.

“E tu vai fazer ação social de tênis? Usar desgraça alheia pra se promover politicamente? Ridículo isso! Porque não doou teu salário pra comprar material pra doar aos que estão pondo a mão na massa?”, questionou o advogado Thyago Monte.

“Quando acabou, tu chegou com uma peneira de tapioca para peneirar a areia! Realmente ser político é uma ‘arte’!”, condenou Cassius Carvalho.

“Pelas fotos a gente percebe o esforço que ele fez pra contribuir com a limpeza. Basta olhar a foto da mão de quem de fato limpou, comparar com a dele. Se aproveitando real pra fazer política. Que horror”, criticou Alexandre Kito.

Diante de uma das críticas de oportunismo, o deputado respondeu: “Tô trabalhando nisso desde o início. Sou membro do RAPS [Rede de Ação Política pela Sustentabilidade], que cuida da sustentabilidade, já apoiava o trabalho de mitigação aos danos ambientais na Amazônia e sempre me mantive assim: vigilante e operante quando o assunto é a questão ambiental. Em vez de querer ofender os outros pela internet, que tal cobrar do Governo Federal ações efetivas como temos feito?”.

Críticas ao deputado federal João Campos foram registradas no Instagram

Origem do desastre

João Campos também foi desafiado a utilizar a CPI para também investigar se a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, teria contribuído com a agressão ambiental, já que análises atestam que o petróleo vem do país com regime apoiado por militantes de esquerda no Brasil.

“O culpado é Venezuela, país que seu aliado (PT) emprestou mais de 1 bilhão de reais do BNDES!”, criticou Rosineide.

Em seu Instagram, Campos disse ignorar a informação sobre a origem do petróleo, ao ser questionado por um seguidor se teria coragem de culpar Maduro. E ressaltou não haver culpados e estar em busca do responsável direto sobre o derramamento de petróleo.

“Já existe um culpado reconhecido pelos órgãos oficiais? Ao que me consta, essa informação não existe. Qual é a tua fonte? O importante é encontrar o responsável direto e aplicar as punições cabíveis”. 

Veja mais comentários e fotos no Instagram do deputado:

https://www.instagram.com/p/B34TW67lbrW/

Reportar Erro