Operação Tris in Idem

Defesa de Witzel recorre ao STF para permanecer no governo do Rio de Janeiro

Governador afastado contesta decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que determinou perda das funções por 180 dias

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Witzel também frisou que, durante o seu governo, havia uma orientação expressa para que secretários não se envolvessem com empresários Foto: Antonio Cruz/ABr

A defesa de Wilson Witzel entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a liminar do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, que o afastou do cargo de governador do Rio de Janeiro por 180 dias.

O político foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) na Operação Tris in Idem por corrupção e lavagem de dinheiro

A defesa do governador afastado resolveu entrar com o pedido de cassação de liminar na tarde desse sábado (29). O documento foi recebido pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.

Os defensores querem que o plenário do STF decida sobre questões que consideram não estarem claras no trâmite que levou ao afastamento de Witzel do cargo.

Em nota, a defesa de Wilson Witzel destaca que a decisão do STJ que autorizou o afastamento de Witzel foi tomada monocraticamente e, na avaliação dos advogados, “com tamanha gravidade”.

O governador é acusado de receber propinas, supostamente lavadas pelo escritório de sua mulher, Helena Witzel, para beneficiar organizações sociais em contratações do Estado. Segundo os investigadores do MPF, cargos e contratos teriam sido loteados entre três grupos distintos, liderados pelo empresário Mário Peixoto, pelo presidente do PSC Pastor Everaldo, um dos 17 presos na operação de ontem, e pelo empresário José Carlos de Melo.

O vice Cláudio Castro, que também é alvo da investigação sobre irregularidades na gestão de contratos e cargos, assumiu o posto interinamente no último sábado, 29.

Enquanto aguarda o posicionamento do STF, Witzel também vai precisar se defender do processo de afastamento na Assembleia Legislativa do Rio. Na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a retomada do impeachment, que estava paralisado por liminar de Dias Toffoli.

Com isso, a previsão do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), é de que o relatório seja votado em cerca de duas semanas pelo plenário. A comissão especial que analisa o afastamento deve concluí-lo até a quinta-feira da outra semana, 10 de setembro, considerando o prazo dado a Witzel para apresentar sua defesa.

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