Operação Cui Bono

Cunha, Geddel, Funaro e outros 15 são denunciados por fraudes na Caixa

Denúncias são baseadas nas investigações no âmbito da Operação Cui Bono, que investiga fraude em troca de propina

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Funaro teria dividido propina do Rodoanel com Geddel e Cunha. Fotos: TV Globo e EBC.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta quinta (4) à Justiça quatro denúncias relacionadas às investigações no âmbito da Operação Cui Bono, que apura a prática de fraudes na Caixa Econômica Federal em troca de propina.

Entre os denunciados estão o deputado cassado Eduardo Cunha, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Outras 14 pessoas também foram denunciadas, como Henrique Constatino, sócio da Gol, e o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto (confira a lista completa abaixo). Eles são acusados por crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações, Eduardo Cunha recebeu entre 2011 e 2015 repasses que somam R$ 89,5 milhões. Foram identificados também repasses de R$ 17,9 milhões a Geddel Vieira Lima de 2012 a 2015 e R$ 6,7 milhões a Henrique Alves de 2012 a 2014.

A estrutura que daria suporte às supostas práticas de irregularidades no banco era dividida em três frentes: : o grupo empresarial, o grupo de empregados públicos que operavam na Caixa e no FGTS e o grupo político e de operadores financeiros.

As denúncias estão relacionadas a operações de créditos para os grupos Marfrig, Bertin, J&F, Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. No caso da BR Vias e Oeste Sul, as investigações apontam que o sócio da Gol pagou cerca de R$ 7 milhões em propina a Geddel, Fábio Cleto, Cunha, Funaro e Alexandre Margotto, ex-auxiliar de Funaro. O objetivo dos repasses era a obtenção de recursos de R$ 300 milhões por meio da aquisição de debêntures pelo FI-FGTS.

Já em relação ao grupo Bertin, o MPF aponta que Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Lúcio Bolonha Funaro, Henrique Eduardo Alves e Fábio Cleto pediram R$ 57,3 milhões em propina para que a liberação de um financiamento de R$ 2 milhões fosse autorizado pelo banco.

Na terceira denúncia, Geddel, Cunha, Cleto, Henrique Eduardo Alves, Funaro, Margotto e Roberto Derziê, ex-vice-presidente da Caixa, cobram R$ 182,8 milhões em propinas para que a J&F obtivesse recursos do FI-FGTS.

Por último, o MPF sustenta que Geddel, Cunha, Henrique Alves, Lúcio Funaro e Fábio Cleto solicitaram R$ 9 milhões para liberar R$ 350 milhões em crédito à Marfrig Alimentos.
Em relação às quatro denúncias, o Ministério Público pede o pagamento de mais de R$ 3 bilhões por reparação de danos aos denunciados.

Outros denunciados:
Altair Alves Pinto, apontado como operador de Eduardo Cunha;
Eduardo Montagna de Assumpção;
Hugo Fernandes da Silva Neto, operador ligado a Funaro;
José Carlos Grubisich Filho, ex-presidente da Eldorado Celulose.
Marcos Antonio Molina dos Santos, executivo do Grupo Marfrig;
Natalino Bertin, sócio do grupo Bertin;
Reinaldo Bertin, sócio do grupo Bertin;
Sidney Norberto Szabo, apontado como operador de Eduardo Cunha;
Silmar Bertin, sócio do grupo Bertin;
Wellington Ferreira da Costa, ex-assessor de Henrique Alves.

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