CPI: Wajngarten diz que buscou Bolsonaro para negociar vacinas com a Pfizer
Ex-chefe de Comunicação da Presidência disse oferta foi feita em setembro, mas governo não respondeu por 2 meses
O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten depõe neste momento à CPI da Pandemia, no Senado. Em sua fala inicial, ele disse que procurou o presidente Jair Bolsonaro quando soube que a Pfizer enviou uma carta ao governo federal para ofertar vacina contra a Covid-19.
A oferta da vacina foi realizada em setembro de 2020. Segundo o ex-secretário de Comunicação, até o dia 9 de novembro do mesmo ano, o governo não havia respondido à farmacêutica. Ele ressaltou, porém, que nunca participou de negociações com a empresa.
“Tentei imediatamente auxiliá-lo em eventual impasse. Naquela altura, o maior desejo da sociedade era um só: vacinas. Daí vi por bem levar o assunto Pfizer ao presidente Bolsonaro, na busca de uma solução rápida. E assim foi feito”, explicou.
A carta teria sido enviada ao presidente Jair Bolsonaro, ao seu gabinete, ao ministro Paulo Guedes (Economia) e ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Ao saber da carta e da falta de resposta em novembro, Wajngarten enviou resposta à Pfizer em Nova York e disse ter recebido no mesmo dia um telefonema do então presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo.
Em resposta ao relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Wajngarten afirmou que é equivocado dizer que o governo “não comunicou” a sociedade sobre a pandemia. Segundo ele, a Secom fez 11 campanhas desde fevereiro de 2020, sendo 7 com o Ministério da Saúde.
Ele disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro não interferiu na produção de campanhas contra a Covid-19. “Eu sempre tive toda a liberdade possível para comandar a Secretaria de Comunicação, sem interferência de ninguém”. “Se houvesse qualquer interferência, eu pegaria a minha mala e voltaria para a minha empresa e minha família em São Paulo”, disse.
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