Na Câmara do DF

Correligionários acusam deputada do Novo no DF de usar o cargo para autopromoção

Júlia chama as críticas de covardes e de quem não entende as diretrizes do Novo

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O imbróglio teve seu ápice com a recente campanha lançada pela distrital, intitulada 'Eu posso planejar' Foto: Facebook

A deputada distrital Júlia Lucy (Novo) está sendo alvo de críticas por parte de um grupo de filiados e correligionários de seu partido, que acusam a parlamentar de usar o cargo para autopromoção. As reclamações também se referem ao comportamento da distrital, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), classificada por eles, como, fora de sintonia com agenda de prioridades do Novo.

O imbróglio teve seu ápice com a recente campanha lançada pela distrital, intitulada ‘Eu posso planejar’, em que pretende conscientizar moradores da cidade Estrutural, uma das regiões mais carentes do Distrito Federal, sobre planejamento familiar.

Fernando Rodrigues Sousa, filiado ao partido desde a sua fundação no Distrito Federal, afirma que o conflito ocorre desde o início do mandato de Júlia “Desde o começo da atuação da deputada Júlia no Distrito Federal, tanto afiliados locais, quanto a nível nacional, perceberam um desvirtuamento da atuação da deputada, junto aos princípios e valores do partido. O partido é bastante restrito com relação a forma de agir, aos mandatários do Novo seguem um termo de compromisso de conduta, aonde é bem exemplificado o que eles têm que fazer atuar na área de empreendedorismo, votar contra qualquer tipo de aumento de imposto. E a deputada vem sofrendo criticas em relação a isso, porque a sua atuação é muito voltada para a área social”.

Sousa afirma que a distrital já foi alertada pela diretoria nacional. “Pela sua falta de foco. Pelo desvirtuamento em relação aos princípios e valores do Novo. Tanto que ela é raramente citada por sua atuação em qualquer matéria do partido”.

“Não se discute a importância do planejamento familiar, mas não é correto usar um serviço público para cadastrar possíveis eleitores e se promover, sem mencionar que essa não é uma atribuição do Legislativo. Esse tipo de prática não combina com a nova política”, afirma um importante integrante do diretório local do Novo. Há, ainda, o receio de que o Ministério Público entre em cena, representando contra a parlamentar, o que preocupa inclusive o diretório nacional.

Em sua defesa, Júlia falou ao Diário do Poder que as críticas são infundadas e “covardes”. “Vindas de pessoas que não entendem as diretrizes do Novo. Tudo que a gente conduz aqui dentro do gabinete, nós fazemos com uma construção coletiva, junto como os membros do partido. Estou falando da nossa presidente Luiza, o nosso vice-presidente Luiz. A gente não faz nada aqui, sem consultar a estrutura oficial do partido”.

Julia se mostrou surpresa com as críticas. “As pessoas precisam entender que o Novo tem um estatuto quem nem sempre é lido. Então tem muita coisa que a pessoa acha que é errado, e não é. Por exemplo, essa reclamação que eu foco muito na pauta social, essa pessoa não entende o que é o Novo. Porque o Novo é um partido que prega a liberdade economia, com responsabilidade social. A gente prega que o Estado precisa ter o tamanho necessário, para atender as políticas básicas de saúde, educação e segurança”.

A deputada afirmou que a inspiração para a ação com as mulheres na Estrutural, veio de uma fila gigantesca que foi formada em frente ao Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), em junho, por mulheres, muitas dormiram na fila porque desejavam ter acesso ao DIU.“O hospital promoveu um mutirão, e as vagas acabaram em poucas horas. Esse fato foi que me inspirou”.

Júlia salientou que o trabalho com mulheres carentes é uma de suas diretrizes de campanha, por isso acredita que ninguém do Novo possa se sentir traído. “Estou cumprindo uma promessa de campanha. A defesa da mulher foi uma promessa clara de campanha, que eu vou exercer até o final do mandato”.

A distrital também ressalta a presença da  presidente do partido aqui no DF, Luiza Rodrigues, no lançamento da campanha Eu posso planejar, na Estrutural. Para Júlia as críticas se originam de uma parte conservadora do partido.

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