Ministro do meio Ambiente

Ricardo Salles promete voo noturno e pesca de sardinha em Noronha

ICMBio é contra a prática pela possibilidade de causar desequilíbrio no arquipélago

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Ministro Ricardo Salles em almoço durante visitação a Fernando de Noronha. Foto: Reprodução/TV Globo

Os voos noturnos para Fernando de Noronha e a pesca de sardinha na região vão ser liberados. Foi o que afirmou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em reunião reservada com a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). “O turista da noite é diferente do turista do dia, é. Qual a diferença?”, brincou o ministro durante o encontro.

Os cinco voos diários para a ilha não vão ser ampliados para respeitar o teto de 89 mil visitantes por ano. No entanto, parte dos voos será remanejada para o período da noite.

O ICMBio, braço do ministério que cuida da preservação da fauna e da flora, é contra a pesca de sardinha e os voos durante à noite. De acordo com a entidade, a prática pode causar desequilíbrio no arquipélago.

O órgão não se pronunciou sobre o assunto. Técnicos avaliam reservadamente que a liberação é um “ataque ao ambiente”. Os voos, segundo esses técnicos, afetam os hábitos de algumas espécies de aves que vivem em Noronha.

As sardinhas são usadas como isca para captura de peixes grandes, como a barracuda e a cavala. A legislação em vigor não permite pesca na Área de Proteção Ambiental (APA) do Parque Nacional Marinho.

O ministro também se comprometeu com o governo de Pernambuco a fazer aportes de recursos federais para ampliação do sistema de esgoto e abastecimento d’água na ilha.

A ideia é ampliar o processo de dessalinização da água do mar. Não foi mencionado o montante a ser liberado. Só para melhoria do sistema de abastecimento e esgoto, a estimativa é que seriam necessários R$ 30 milhões.

No encontro com a vice-governadora, a cobrança da taxa para visitação de praias do parque marinho não foi citada. O objetivo das vistorias é verificar se o recurso arrecadado está de fato sendo aplicado corretamente na manutenção e na infraestrutura do local.

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, as taxas são um roubo e precisam ser revistas. A cobrança, que existe desde 2012, não discerne entre quem passa 1 ou 10 dias na ilha — o valor é o mesmo.

Só no ano passado, a Econoronha arrecadou R$ 9,6 milhões. Neste ano, a empresa apresenta  faturamento de R$ 900 mil por mês. Desse total, 14,7% fica com o ICMBio e 85,3% com a concessionária, que aplica 70% dos recursos em manutenção das praias e gestão.

Visitantes de Noronha precisam pagar ainda uma taxa de preservação ambiental de R$ 73,52 por dia (administrada pelo governo de Pernambuco), com teto de um mês. O valor dos ingressos para turistas brasileiros visitarem o parque é de R$ 106. Estrangeiros pagam R$ 212. (Com informações da Folhapress)

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