Chanceler diz que a diplomacia venderá produtos brasileiros, ‘mas não a nossa alma’
Em aula magna, chanceler confirma a prioridade na aérea comercial
Durante aula magna (vídeo abaixo) nesta segunda-feira (11), no Instituto Rio Branco, que forma diplomatas, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) confirmou a prioridade para a área comercial, mas fez uma observação que provocou reações positivas da plateia. “Sim, iremos vender soja e minério de ferro, “, disse ele, “mas não iremos vender nossa alma.” Araújo observou que “muita gente sequer acha que temos uma alma para vender e, por isso, tenta reduzir nossa política externa a uma questão comercial. Mas isso não irá acontecer”.
O ministro considera que alguns querem que a política externa brasileira seja como um aquário. “Querem ficar olhando aqueles peixinhos decorativos, inofensivos, dando comidinha para eles etc”. O ministro acha que é preciso “quebrar esse aquário e mergulhar no oceano, no oceano da realidade integral, com todos os seus perigos e maravilhas, onde a política externa não é um mero joguinho acadêmico, mas sim um combate pelo futuro da humanidade; um combate para saber se, no fim das contas, o homem será um ser vertical ou horizontal.”
A aula magna do chanceler teve momentos de erudição, quando ele se referiu às tentativas de destruir o novo governo já no seu início:
– “É interessante que um dos grandes livros da Escola de Frankfurt, A Dialética do Iluminismo, seja uma desconstrução da Odisséia. Eles querem destruir a Civilização Ocidental, então fazem o quê? Tentam estrangulá-la no berço, assim como as serpentes em relação a Hércules. Hoje também, no Brasil, há quem queira estrangular o novo governo no berço, mas não vai conseguir.”