'Mentira absoluta'

Carlos Bolsonaro diz que Bebianno mentiu e publica áudio de conversa do pai

No entanto, filho do presidente disse que não está lavando roupa suja em público

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Jair e Carlos Bolsonaro

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro, chamou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, de mentiroso. Nesta quarta-feira, 13, no Twitter, Carlos afirmou que o também presidente do PSL não conversou com o presidente ontem, 12.

“Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: ‘É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano [sic] que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista’.”

Em entrevista ao jornal O Globo, na noite de ontem, Bebianno negou ser motivo de instabilidade no governo após a repercussão de uma publicação da Folha de S.Paulo, do último domingo, 10, sobre uma candidata laranja do PSL no Pernambuco durante as eleições. Na época, Bebianno era o presidente da sigla.

“Falei três vezes com o presidente”, disse Bebianno ao jornal O Globo.

O vereador ainda publicou um áudio sobre o conteúdo da conversa entre Bebianno e Bolsonaro.

No áudio, de 13 segundos, o presidente Bolsonaro afirma que “está complicado conversar ainda”.

“Gustavo tá complicado conversar ainda, não vou falar, não vou falar com ninguém a não ser o estritamente essencial. Estou na fase final dos exames para uma possível baixa hoje. Tá ok? Boa sorte, aí”, diz o presidente.

O vereador acrescentou no áudio a data 12/03/2019. Depois, em um novo tuíte fez a correção para 12/02/2019.

Candidata laranja

De acordo com a publicação do jornal Folha de S.Paulo, Bebianno teria sido responsável pela liberação R$ 400 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro par uma gráfica registrada em endereço de fachada.

Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.

A gráfica teria sido a mesma usada pela candidata Maria de Lourdes Paixão, que diz ter repassado R$ 380 mil à empresa.

A reportagem da Folha visitou primeiramente um endereço que consta na nota fiscal da gráfica e encontrou apenas uma oficina de carros, que funciona há quase um ano no local.

Na segunda-feira (11), a empresa, no endereço constante na Receita Federal, amanheceu de porta aberta. Numa sala pequena com duas mesas, não havia máquinas para impressão em larga escala, segundo o jornal.

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