Candidatos do PSDB desistem de Alckmin e pedem voto para Jair Bolsonaro
Nos estados, tucanos mencionam Alckmin, mas já admitem ‘voto útil’ em Bolsonaro
A campanha presidencial do PSDB não entusiasmou eleitores e nem mesmo os próprios tucanos. Desde o início oficial da campanha, em 15 de agosto, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não decola: só conseguiu atingir um máximo de 9% das intenções de votos nas pesquisas Ibope, apesar de ter conquistado o maior tempo de televisão através de grande coligação de partidos do “centrão” político. Ao mesmo tempo, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem crescido constantemente nas pesquisas e solidificou a posição de candidato nacional “anti-PT”.
Isso causou um fenômeno raro na política brasileira: a debandada de candidatos tucanos da campanha Alckmin em seus estados para apoiar Bolsonaro.
Agora, a apenas 12 dias da eleição, candidatos do PSDB nos estados passaram a reconhecer a “qualidade” do candidato tucano a presidente em suas campanhas, mas pedem votos para o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
Em um comício que virou peça de propaganda política na TV, o candidato do PSDB ao governo do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, começa se justificando: “vivemos um momento importante da vida pública nacional” e depois conclui: “Temos o candidato Geraldo Alckmin, mas também temos o partido do candidato Jair Bolsonaro, o PSL, que também faz parte desta coligação aqui”.
Em Minas Gerais o tom é parecido. O candidato a vice do tucano Antonio Anastasia, deputado Marcos Montes, num ato com prefeitos nesta terça-feira (25) registrado nas redes sociais, é ainda mais explícito. Segundo ele, “temos o candidato Geraldo Alckmin, que é extremamente competente”, tenta explicar o deputado tucano, “lamentavelmente a sociedade brasileira começa a enxergar que não é o seu momento, começa a ver que seus números não avançam”. Montes garante que ele e Anastasia “precisa dar as mãos ao candidato Bolsonaro”, uma vez que Alckmin não siga para o segundo turno da eleição presidencial.