Superintendente no Rio

Bolsonaro sobre troca na PF: ‘Quem manda sou eu. Ou vou ser um presidente banana?’

Presidente anunciou troca de superintendente no Rio de Janeiro

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O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 16, que é ele quem manda no seu governo. A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre as trocas no comando da Polícia Federal. Bolsonaro argumentou que as mudanças precisam passar por sua análise para que ele não seja um “presidente banana”.

Bolsonaro havia dito que iria substituir o superintendente, Ricardo Saadi, por questões de “gestão e produtividade”. Depois, a direção da PF divulgou uma nota dizendo que a substituição já estava prevista e nada tem a ver com o desempenho profissional dele. A PF é subordinada ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

No texto, a direção da PF afirma que o superintendente em Pernambuco, Carlos Henrique Oliveira Sousa, ocupará a vaga de Saadi. Nesta sexta, contudo, Bolsonaro disse que o que estava combinado é o que o substituto viria de Manaus, e que, se “ele” mudou de ideia”, teria que avisá-lo.

“Se ele [diretor-geral da PF] resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu. Pelo que está pré-acertado, seria lá o [superintendente] de Manaus”, afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada.

“Quando vão nomear alguém, falam comigo. Eu tenho poder de veto, ou vou ser um presidente banana agora? Cada um faz o que bem entende e tudo bem?”, disse.

Ao falar que era necessário que dessem satisfações a ele, Bolsonaro não deixou claro se fazia uma referência a Valeixo ou ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

O presidente minimizou o caso e tentou encerrar os questionamentos sobre o tema mais de uma vez durante a entrevista. Ele disse que os jornalistas não iam conseguir criar uma indisposição dele com a PF.

“Querem me indispor com a PF? Não vão me indispor com a PF. Não vai me indispor.”

Bolsonaro ainda ressaltou que, ao falar em produtividade na véspera, quis dizer que Ricardo Saadi poderá aumentar a produtividade na nova função. De acordo com a PF, ele pediu para ser transferido para Brasília.

“Vai produzir mais aqui. Eu não falei ‘falta de produtividade’. É muito simples. ‘Se separou por amor’, tem dupla interpretação. ‘Em um ato impensado, mata o filho o pai amado’. Quem matou quem? É a língua portuguesa”, disse.

O presidente disse ainda que gostaria de estar no lugar de Saadi e que o motivo para a troca de comando “não interessa”.

“Vocês estão sabendo para onde ele está indo? Eu queria estar no lugar dele. Ele vai ter maior produtividade para onde for. Ele está indo…É a mesma coisa (que) você mudar de uma cidade do interior para uma cidade na beira da praia. O motivo…Não interessa o motivo. Ele vai produzir melhor em outro lugar, cansou da região, está manjado da região. Às vezes para proteger a própria vida do elemento. E outra coisa, se mudar, a gente não tem que dar satisfação. Se eu assumir a Presidência, tenho que manter tudo, ministros, secretarias?”, questionou o presidente.

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