57 mortos

Bolsonaro sobre rebelião no Pará: ‘Pergunta para as vítimas que morreram o que eles acham’

'Depois que eles responderem, eu respondo', continuou o presidente; com 57 mortes, massacre já é um dos maiores da história do país

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Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Tânia Rego/ABr

Questionado sobre a a rebelião que matou, nesta segunda-feira, 29, 57 detentos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não quis comentar sobre o ocorrido. Ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta terça-feira (30), ele disse que só falaria sobre o assunto depois que as próprias vítimas, mortas, se pronunciassem.

“Pergunta para as vítimas dos que morreram lá o que eles acham, depois que eles responderem eu respondo a vocês”, disse ao entrar no carro.

Esta foi a primeira vez que o presidente comentou o caso, que já é a maior chacina do ano dentro de presídios do país e mais um episódio da crise que atinge o sistema carcerário do Brasil nos últimos três anos, com sequência de motins com alto número de assassinatos.

O próprio Centro de Recuperação de Altamira, onde morreram os detentos desta segunda, já havia sido palco de uma rebelião em setembro do ano passado, em que sete pessoas foram mortas.

Também em abril do no ano passado, 22 pessoas morreram em uma rebelião seguida de tentativa de fuga no Centro Penitenciário de Recuperação do Pará, no Complexo de Santa Izabel, região metropolitana de Belém. Entre os mortos, havia um agente prisional, 16 presos e cinco criminosos que ajudavam na fuga pelo lado de fora da prisão.

Relatório do CNJ mostrou que a unidade tem condições classificadas como “péssimas”. Além de superlotada — 343 cumpriam pena no local, mais que o dobro da sua capacidade, de 163 vagas —, inspeção do conselho detectou que “o quantitativo de agentes é reduzido frente ao número de internos custodiados”.

O CNJ também constatou que a penitenciária não tem bloqueador de celulares, enfermaria, biblioteca, oficinas de trabalho ou salas de aula.

O Pará, quarto estado mais violento do país, vem registrando o avanço das milícias, fenômeno que só encontra paralelo no Rio.

Após a chacina desta segunda-feira, o governador do Estado, Helder Barbalho e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinaram a transferência de 46 dos detentos envolvidos no conflito. Dez dos 16 identificados como líderes das facções criminosas que comandaram o ato irão para o regime federal. O restante será redistribuído pelos presídios do Pará. (Com informações da Folhapress)

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