Bateu, levou

Bolsonaro reage a ironia e lembra que deputado petista foi alvo da Operação Taturana

Paulão ri de tuíte de presidente e é citado em caso que o levou à condenação

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Jair Bolsonaro reage contra deputado Paulão, no Twitter. Foto: Lício Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

A tentativa de ironizar uma publicação do presidente Jair Bolsonaro sobre a história de superação do vendedor de água carioca Rick Chesther rendeu ontem (15) ao deputado federal Paulão (PT-AL) a exposição de sua principal fragilidade política: o indiciamento do petista pela Polícia Federal, na Operação Taturana, em 2008, por formação de quadrilha e peculato, referente a empréstimo ilegal tomado com aval da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).

Bolsonaro não atualizou a informação, na resposta que rendeu milhares de reações contra o deputado defensor da libertação de Lula e aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Mas a Operação Taturana resultou na decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) de condenar Paulão e mais oito réus, em 28 de novembro de 2016, por ato de improbidade administrativa envolvendo quase R$ 2 milhões em empréstimos ilegais. O petista foi condenado por lesão ao patrimônio público, enriquecimento ilícito e atentar contra os princípios da administração pública, segundo os desembargadores alagoanos.

A condenação, da qual o deputado recorre, determina que Paulão devolva ao erário R$ 286.765,29, com juros e correção monetária; pagamento de multa civil no importe idêntico ao do acréscimo patrimonial, além das custas processuais; perda do cargo, emprego ou função pública presentemente exercido ou daquele que porventura venha a ser por ele titularizado; impossibilidade de contratar com o Poder Público ou dele receber benefício fiscal ou creditício, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoas jurídicas das quais seja sócio majoritário pelo prazo de 10 (dez) anos; bem como suspensão temporária dos direitos políticos pelo prazo de 10 (dez) anos.

A condenação na esfera cível somente será efetivada após o trânsito em julgado. E não há condenação na esfera penal, decorrentes do indiciamento por peculato e formação de quadrilha.

Apesar de a condenação por improbidade em órgão colegiado enquadrar Paulão na Lei da Ficha Limpa, o deputado condenado pelo TJAL foi autorizado a disputar eleição em 2018, com base em decisão do desembargador do Celyrio Adamastor, que concedeu a suspensão dos efeitos da inelegibilidade da condenação.

Depois de questionado pelo Diário do Poder sobre sua posição diante da resposta do presidente, Paulão enviou à reportagem a resposta ao comentário de Bolsonaro, registrada no fim da manhã de hoje (16): “Onde está o Queiroz? Continua emprestando dinheiro à primeira-dama?”, provocou o parlamentar.

 

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