Em Nova York

Bolsonaro convida indígena do Xingu para compor delegação na Assembleia da ONU

Ysani Kalapalo deve ajudar na narrativa de Bolsonaro sobre a política ambiental brasileira

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O presidente Jair Bolsonaro convidou a indígena Ysani Kalapalo, moradora de uma aldeia no Parque Indígena do Xingu, para compor a comitiva brasileira que vai participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (24). A comitiva embarca para Nova York no início da manhã desta segunda-feira (23).

Ysani Kalapalo se autointitula “a indígena do século 21”, tem um canal no Youtube, atuante nas redes sociais, no auge das  queimadas na Amazônia gravou um vídeo, aonde aparece com integrantes da aldeia Tehuhungu, e afirma que muitas notícias falsas estavam sendo veiculadas pela mídia sobre os incêndios.

A postura de Ysani justifica a sua presença na comitiva, já que o presidente Bolsonaro pretende melhorar a imagem de seu governo em relação a preservação ambiental no Brasil e a conservação da Floresta Amazônica.

Outro motivo para o convite, pode ser a presença do cacique caiapó Raoni em Nova York, aonde participa de eventos paralelos ao da ONU. Raoni foi apontado por um grupo de indigenistas, antropólogos e ambientalistas como candidato ao prêmio Nobel da Paz de 2020.

Na semana passada Raoni voltou a criticar a narrativa de Bolsonaro ao afirmar que os índios querem mudar  o modo de viver. “Nós, indígenas, queremos morar na nossa terra. Viver lá. Deixa viver do jeito nosso, do jeito que a gente quer viver. É isso que nós queremos. Eu acho que ele não pensa direito. O coração dele não é bom. Eu não estou gostando”.

Bolsonaro fará o tradicional discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas, e vai defender a política do ambiental atual.”Estou me preparando para um discurso bastante objetivo, diferente de outros presidentes que me antecederam. Ninguém vai brigar com ninguém lá, pode ficar tranquilo. Vou apanhar da mídia, de qualquer maneira, essa mídia sempre tem o que reclamar, mas eu vou falar como anda o Brasil nessa questão. E eles tem números verídicos sobre isso aí, mas o que interessa? É desgastar a imagem do Brasil. Desgastar por quê? Para ver se cria um caos aqui, para o pessoal lá de fora se dar bem. Se a nossa agricultura cair, é bom para outros países que vivem disso”, afirmou o presidente durante a live na última quinta(19)

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