Luto e oportunismo

Bancada federal alagoana lamenta e politiza tragédia em escola de Suzano

Parlamentares foram das condolências às críticas à política armamentista e à exposição de vítimas

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Dividida entre o oportunismo de politizar um massacre violento para defender discursos e criticar adversários, ou simplesmente lamentar a dolorida tragédia humana e propor soluções, a bancada federal alagoana usou as redes sociais nesta quarta-feira (13) e expôs seus posicionamentos sobre o ataque criminoso à escola pública de Suzano (SP), que vitimou cinco alunos, duas funcionárias e um dono de uma locadora de veículos, pelas armas de dois terroristas suicidas.

O deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL) foi um dos primeiros parlamentares a divulgar sua consternação com o massacre: “Triste episódio ocorrido na manhã de hoje em Suzano (SP). Que Deus conforte as famílias dessa tragédia na escola estadual Raul Brasil que vitimou crianças, jovens e adultos e que as autoridades aprofundem nas investigações para evitar esse tipo fato”, escreveu o líder do PP na Câmara.

O parlamentar petista Paulão acusou diretamente o presidente da República Jair Bolsonaro e seu vice de alimentar o ódio e adoecer a sociedade brasileira. “Estamos importando dos EEUU [Estados Unidos) esse culto às armas. E o discurso de intolerância, ódio do Capitão Bolsonaro e do General Mourao em achar que a solução da segurança pública é armar a população, contribui no adoecimento da sociedade brasileira”, escreveu o deputado federal do PT de Alagoas, antes de criticar em plenário a ideia do senador Major Olímpio (PSL-SP) de armar professores.

Além de pedir orações pelos atingidos pelo ataque, o deputado João Henrique Caldas, o JHC (PSB-AL), fez um apelo para o não compartilhamento de qualquer material que mostre as vítimas. “A situação é, por si só, trágica o suficiente”, escreveu no início da tarde. E voltou a se manifestar no início da noite, criticando a politização instantânea da tragédia.

“Sou um entusiasta dos meios digitais, mas precisamos nos educar: somos seres políticos, mas humanos antes disso. Parece não haver mais tempo para a dor, apenas instrumentalizar fatos em favor de uma agenda. Podemos ser melhores”, lamentou JHC.

O deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) também se posicionou, considerando lamentável o ocorrido em Suzano. “Meu profundo sentimento aos parentes das vítimas do atentado de hoje à escola Raul Brasil. Escolas devem ser um ambiente de aprendizado e harmonia e não de dor e sofrimento , como está sendo neste dia”, publicou o emedebista.

O senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) disse não aceitar o nível de insegurança demonstrado no atentado no interior da escola estadual paulista. “É inaceitável que nossas crianças e adolescentes não estejam seguros dentro das salas de aula. Lamento muitíssimo pelas famílias vitimadas por essa tragédia que entristece todo o Brasil”, afirmou o senador tucano.

Depois de mais de um mês de inatividade em suas redes sociais, o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), aproveitou a tragédia para defender a necessidade de refletir se a solução de facilitar o acesso a armas de fogo é sensato e oportuno, além de prestar solidariedade às famílias e lamentar a irreparável perda de vidas – maioria jovens. “A cultura belicista estimula atos violentos e não é solução para nosso grave problema de segurança pública. Devemos sim, cultivar e trabalhar por uma cultura de paz”, defendeu Renan.

O ex-presidente Fernando Collor (PROS-AL) publicou uma foto da fachada da escola e foi conciso em seu comentário: “Consternado, solidarizo-me com os familiares e amigos das vítimas da tragédia ocorrida em Suzano”, escreveu, nas redes sociais.

Os demais parlamentares da bancada alagoana não haviam se manifestado nas redes sociais, até a publicação desta matéria.

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