Aziz decide ignorar decisão judicial e fazer de Renan relator, apesar da suspeição
Maioria dos integrantes da CPI chegou a um acordo para que Omar Aziz seja eleito presidente
Mesmo com ordem liminar da Justiça Federal de Brasília, que suspende a eventual indicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para relator da CPI da Pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM) vai indicar o emedebista à relatoria da comissão.
Aziz é o mais cotato para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito diante de um acordo com a maioria dos integrantes do colegiado. O acordo foi firmado em um jantar na noite desta segunda-feira, 26, no apartamento funcional do senador amazonense, em Brasília.
“Se eu for eleito presidente, vou indicar o Renan. Não vai mudar nada, não. O juiz mandou a decisão para o presidente do Senado, e que eu saiba quem define o relator é o presidente da comissão. E eu não recebi nenhuma decisão, não”, afirmou Aziz à CNN Brasil.
A sessão de instalação da CPI está marcada para as 10h desta terça. Após a eleição do presidente e do vice da comissão, será escolhido o relator.
Pelo acordo, além de Omar Aziz na presidência e Renan Calheiros na relatoria da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) deve ser eleito vice-presidente.
Segundo Aziz, uma proposta do plano de trabalho da comissão, com as indicações de focos de investigação e possíveis convocados a dar explicações, será apresentado ainda nesta terça-feira pelo relator, mas haverá um prazo de 24 horas para que senadores apresentem sugestões.
“O Renan vai dar 24 horas para apresentarem sugestões e depois aprova na quarta-feira (28), para em seguida ter as primeiras convocações. [Ele] vai compilar tudo, até porque devem ter muitos pedidos iguais”, afirmou.
Também compõem a CPI os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Otto Alencar (PSD-BA) e os governitas Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI).
A CPI iria inicialmente investigar apenas as ações e omissões do governo federal, com enfoque para o colapso no sistema de saúde de Manaus (AM). No entanto, governistas conseguiram incluir nas investigações o uso por estados e municípios de verbas federais para saúde no combate à pandemia.
Os governistas tentam impedir ue Renan assuma a relatoria por conflito de interesse, uma vez que ele é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). O pedido aceito pela Justiça Federal em Brasília para suspender a eventual escolha de Renan para relator foi feito pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP).