Atacado e elogiado

Alvo de protestos pró-Bolsonaro, Arthur Lira tem liderança elogiada por Paulo Guedes

Citado como decisivo para Reforma da Previdência, líder do PP vê injustiça em ataques

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Arthur Lira durante reunião da bancada do PP com o ministro Paulo Guedes. Foto: Gustavo Raniere/Ascom Ministério da Economia

Um líder decisivo para o apoio à Reforma da Previdência. É assim que o ministro da Economia Paulo Guedes descreveu o líder do Partido Progressista (PP) na Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), após a reunião de ontem (29) com a bancada da sigla para discutir o tema. O deputado alagoano foi  um dos alvos principais dos protestos a favor do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no último domingo (26), e segue sendo demonizado nas redes sociais, após classificar a relação atual do governo com o Congresso como “uma guerra”.

Em entrevista ao Diário do Poder na semana passada, Arthur Lira disse que chegou a pensar que o governo não quer aprovar nada e viver apenas alimentando um incêndio, pelo apoio demonstrado às manifestações convocadas contra o Congresso Nacional.

“A liderança do deputado Arthur Lira é decisiva para o apoio da reforma, e o partido tem se posicionado com os pleitos legítimos, têm pleitos que são regionais. E nós estamos confiantes de que essa participação da Câmara dos Deputados, e a influência decisiva dessas lideranças construtivas, vão nos ajudar a superar o desafio da Previdência. Estamos confiantes que vamos atingir um meio-termo, um objetivo comum, que vai ser muito bom para o Brasil”, disse o ministro da Economia.

Partiu do ministro a iniciativa de se reunir com a bancada e de convidar Arthur Lira para uma entrevista em que elogiou o parlamentar publicamente, após a reunião. No encontro, Arthur e a bancada reforçaram que o PP mantém o compromisso de aprovar a Reforma da Previdência, firmado em pacto assinado com outros partidos considerados de centro, deixando clara a rejeição às alterações para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), trabalhadores rurais e desconstitucionalização das regras previdenciárias, e sem atingir os estados.

Perguntado pelo Diário do Poder sobre a diferença de tratamento nas ruas e na conversa com o ministro, Arthur Lira considerou que as manifestações populares pacíficas em defesa do governo têm que ser respeitadas, mesmo achando os protestos descabidos e com grau de risco enorme para o Brasil, fortalecendo o autoritarismo contra o Congresso, bem como foi arriscado para o próprio governo Bolsonaro.

“Se o protesto acontece do tamanho que o governo espera, fortalecia o autoritarismo. E se acontece muito menor do que o governo merece, poderia dar a impressão de que o governo acabou em cinco meses. Foi descabido porque as pautas do protesto foram desnecessárias”, disse o líder do PP, à reportagem.

Arthur Lira ainda disse que, na reunião de ontem, fez questão de ouvir o que já tinha ouvido do ministro Paulo Guedes “umas dez vezes”; a mesma história. E lembrou que o desgaste nas ruas é desnecessário, porque há três meses os partidos de Centro assinaram documento dizendo que vão aprovar a reforma e que o PP “tem compromisso com o que fala e com o que escreve”, mas sem apoiar os pontos já destacados (trabalhador rural, BPC, desconstitucionalização) e devolvendo para que os Estados façam suas próprias reformas.

“Não são os votos do PT, PSB e PDT que vão votar a reforma da previdência. Somos nós. É justo que movimentos desinformados e atrasados fiquem batendo na gente, como se se estivéssemos atrasando e dificultando? O ministro tem que defender o Congresso toda semana, porque sem o Congresso não terá essa reforma. Um dos maiores entusiastas é o presidente da Câmara Rodrigo Maia [DEM-RJ] e foi feito ‘pixuleco’ dele e foi esculhambado no meu estado. Eu estou sendo [esculhambado] ainda nessas redes sociais, nesses movimentos escrotos. E a gente vai chegar aonde? Posso ter reação. Mas vou prejudicar o País por causa de maluco irresponsável. Não fizemos nada que justifique esse movimento descabido”, disse Arthur Lira, ao relatar para o Diário do Poder o que expôs na reunião com Paulo Guedes.

 

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