Atentado a Bolsonaro

Advogado de Adélio diz que esconder mandante interessa a quem pagou por defesa

Zanone diz que 'algumas emissoras de televisão' ajudaram a defender quem tentou matar Bolsonaro

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Advogado de Adélio Bispo, Zanone Júnior. Foto Reprodução Youtube

Em entrevista divulgada nesta terça (11) pelo movimento Direita Minas de Juiz de Fora, o advogado de Adélio Bispo, Zanone Júnior, afirma que esconder quem mandou seu cliente matar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), na campanha de 2018, interessa a quem o pagou para atuar na causa. O advogado ainda revelou que “algumas emissoras de televisão” ajudaram a pagar a banca advocatícia.

Ao ser abordado pela coordenadora do Direita Minas de Juiz de Fora, Roberta Lopes, o advogado chega a responder que o mandante do atentado a facada “foi Deus”, conforme comprovado pelo laudo médico que aponta enfermidade mental de Adélio Bispo.

Questionado por Roberta Lopes sobre a quem interessa manter em segredo e esconder a que mandou matar Bolsonaro, a resposta de Zanone foi direta: “À pessoa que me pagou”, disse, em tom de obviedade. Por que é de interesse dele?, insistiu a militante de direita. E o advogado respondeu: “Eu não sei. Existe uma cláusula de confidencialidade. Se esta pessoa, que inclusive deve à defesa, ficou de voltar no escritório… Se for de interesse dessa pessoa retirar o manto do anonimato, cabe a ele”.

Questionado sobre quem paga a estrutura para a defesa de Adélio, inclusive com uso de avião para transportar os advogados, Zanone lembrou que recebeu R$ 5 mil iniciais para defender Adélio Bispo, mais outras contribuições de emissoras de televisão.

“A partir daí, todas as despesas foram bancadas por algumas emissoras de televisão, que não vou citar o nome para você, nem para o Brasil [manda beijo para a câmera], e também por todos os advogados que ficarão nesse processo até o fim. Não temos nada contra o presidente Bolsonaro, desejamos vida longa ao presidente Bolsonaro, um bom governo, mas a defesa não descansa”, disse Zanone, olhando para a câmera.

Antes de afirmar que a Justiça Federal tem dez dias para emitir uma decisão final, após a conclusão dos atos processuais, Zanone Júnior afirmou entender a curiosidade sobre os bastidores do caso, mas afirmou não poder dar todas as respostas, por ter apego à lei federal que rege o Estatuto da Advocacia ao justificar o respeito à confidencialidade da relação com a pessoa que o contratou inicialmente para defender Adélio. Mas disse que o contratante inicial pareceu ser evangélico, mas não sabe se esta pessoa é inimigo de Bolsonaro ou de qual partido faz parte.

“Ele padece de enfermidade mental. Não acredito que Deus, Jesus, ou seja qual religião que for, queira o mal de alguém. E, no caso, ele ostenta o tempo todo, além da divergência política e ideológica com nosso presidente Jair Messias Bolsonaro, ele também diz que ali há um mando divino. Para nós, isso foge da normalidade”, disse Zanone, ao garantir que constou em ata das alegações finais que a banca que defende Adélio não tem nenhum tipo de animosidade com o presidente Bolsonaro e lhe deseja sucesso.

Assista ao vídeo publicado no canal da ativista política Carla Zambelli:

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