Corrupção e lavagem

A três dias das eleições, MPF reforça pedido de nova condenação de Lula

Pedido foi feito nas alegações finais em processo que investiga compra de terreno para o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo

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O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira (4) a condenação do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro no processo em que o petista responde pela acusação de ter  recebido  vantagens indevidas da Odebrecht por meio da aquisição de um terreno para o Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo do Campo.

Os procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato também pedem a condenação de Roberto Teixeira, amigo e advogado do petista, do ex-ministro Antonio Palocci, Marcelo Odebrecht e outras quatro pessoas.

No documento, o MPF pede que Lula seja condenado por Moro pelo crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “houve o pagamento e recebimento de valores bilionários, em um sistema bastante sofisticado, abarcando diversos núcleos, grandes empreiteiras, funcionários públicos, operadores, contas secretas no exterior”.

Os procuradores ressaltam que o esquema não era somente para o enriquecimento ilícito, mas “também à compra de apoio parlamentar e ao financiamento de caras campanhas eleitorais”.

O MPF também pede que seja decretado o perdimento do apartamento 121, vizinho ao dúplex onde Lula mora em São Bernardo, e o pagamento de R$ 75 milhões, valor correspondente ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht, segundo as investigações.

Esse esquema, afirma a força-tarefa, estaria baseado na manutenção da governabilidade sobre “bases espúrias”, o fortalecimento do PT pela formação de uma reserva monetária ilícita para abastecimento de campanhas e pelo enriquecimento com valores oriundos de práticas criminosas. “A figura que detinha a última palavra para as situações e as funções mais relevantes e estratégias, além do cargo de maior importância na República, era o então presidente Lula, vértice comum de todos esses esquemas criminosos”, afirma o MPF.

Segundo a força-tarefa, o petista atuou ao nomear e manter diretores da Petrobras como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, que teriam sido colocados nos cargos para cobrança de propinas.

O pedido foi feito nas alegações finais apresentadas pelos procuradores. Os promotores aproveitaram para pedir que o Poder Judiciário adote uma atuação consistente em relação à punição de crimes de corrupção no país, para que passe a “representar um alto risco” para quem comete.

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