Uma integração
Há os processos judiciais. Eles podem ser, igualmente, municipais, estaduais ou federais. Surgindo uma dúvida sobre sua natureza cria-se um outro processo, denominado “Conflito de Competência”, só para decidir este problema – por vezes após longos anos de custosa tramitação. Perdoando o trocadilho infame mas necessário, será que não teríamos competência para falarmos em “processos brasileiros” e simplificar tudo isto?
Pense agora nas polícias. Elas podem ser municipais, estaduais (várias) e federais (várias). Quase não se falam. O prejuízo, imenso, fica com a população. Seria pedir demais a criação de um mecanismo de integração?
De forma análoga há as fiscalizações – municipais, estaduais e federais. Também não se falam. Quase não compartilham dados. Quem ganha com isso? Os infratores, e somente eles. Por que não falarmos em uma “fiscalização brasileira” para fins de transparência e informações?
Há a rede de transportes – municipal, estadual e federal. Cada qual gerenciada por pesadas estruturas – que pouco dialogam, com imensos prejuízos para o país. Talvez seja a hora de pensarmos em “transportes brasileiros”.
Será assim, de exemplo em exemplo, que concluiremos ser impossível um aumento dos níveis de eficiência enquanto não promovida uma efetiva e real integração da administração pública. Pense em quantas maravilhas seriam proporcionadas à economia através de uma tão simples quanto lógica unificação de políticas e ações. Com o compartilhamento de informações. No entanto, acredito que deixarei este mundo sem ver sequer um passo concreto neste sentido.
E assim porque as soluções esbarrarão nos culpados de sempre – os defensores do “meu poder”, seja lá o que for isso. Estas pessoas, com uma sanha burocrática e classificatória que remonta ao tempo das cavernas, sabotarão toda e qualquer iniciativa neste sentido.
Mas não custa sonhar! Sonhar com o dia em que o Brasil finalmente estará integrado… ao Brasil!