José Maurício de Barcellos

Tira a mão daí, rato!

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Por muitas vezes li esta advertência desenhada nos baús de ferramentas e de apetrechos, presos nas carrocerias dos caminhões estacionados nas paradas das estradas deste mundão de meu Deus. Em um dia daqueles, um caminhoneiro de sete costados contou-me que, embora parecesse pilhéria, o aviso surtia grande efeito, assustando com eficiência as mãos leves que existiam naquelas paragens. Isto ocorria porque virou lenda nas estradas o fato de que o local com a tal ameaça escrita estaria vigiado pelos mil olhos de todos os cowboys do asfalto.

Estou trazendo esse fato à colação porque, quando vejo a “Jornadalha dos Barões da Comunicação” se esfalfando para detratar e destruir o atual governo da União, sou levado a lembrar que se o Capitão não estivesse travando uma batalha para tirar as mãos sujas da extrema imprensa dos cofres públicos, hoje ele seria o queridinho da grande mídia; seria o mais incensado pela intelectualidade de palha e de pulhas à qual se referiu o Mestre Olavo de Carvalho e estariam sendo atribuídos ao Presidente Bolsonaro os melhores índices fabricados pelos execráveis e pérfidos institutos de pesquisa de opinião.

O que aquela gente tem em comum com a abjeta classe política, quando esta põe em prática sua torpe tentativa de garrotear o Planalto? A resposta é que com exceção de um diminuto número de bons brasileiros, aquela turma de espertalhões fez suas carreiras mamando escondida nas tetas do governo. Para quem diz que não é bem desta forma ou que estou me permitindo a uma condenável generalização, lanço o repto: indique-me um nome – um só – destes que odeiam e têm convulsão diante da figura ou da lembrança do Presidente que, a partir da derrocada dos vermelhos, não perdeu um bom dinheiro que sorvia dos cofres públicos.

Vou dar alguns exemplos. Quando o jornal “O Goebbels”, dando continuidade a sua campanha difamatória contra Bolsonaro, sua família e seus ministros, lança um Editorial de domingo para disseminar a ideia no sentido de que Bolsonaro nada mais representa do que o próprio “Ogro Condenado” com sinal trocado e chega ao desplante de afirmar que os ministros das quadrilhas de Lula e Dilma são equiparáveis aos do Capitão, porque “o médico petista Antônio Palocci, por sua vez, também soube conduzir sua equipe de profissionais do ramo”, aí sou obrigado a lembrar que Bolsonaro capou do sistema “Goebbels” bilhões de reais e ainda está cobrando outros bilhões que as empresas do grupo devem ao erário, para ao cabo concluir que o “Chefe dos Bravos Motoristas” desta nova estrada de trabalho e de esperança chamada Brasil, também mandou escrever nos frontispícios dos cofres públicos: “tira a mão daí, rato!”.

Quando vejo que um bigodinho à moda John Gilbert do cinema mudo, vendido para o mesmo sistema, não se assuntar e na mesma edição escrever, covarde e sorrateiramente, que segundo uma pesquisa encomendada, Bolsonaro e o “Ratão de Garanhuns” têm no Brasil e no exterior igual reputação e popularidade, para concluir que se o tal “Centrão” corrupto e venal se unir em torno de Alcolumbre e Maia, poderá fazer o novo Presidente da República, aí sou levado a lembrar que Bolsonaro escancarou para uma Nação estarrecida o fato de que o referido canastrão vivia das verbas que mamava do generoso SENAC-RJ e novamente concluo: sem dúvida que nosso guardião máximo das verbas da União Federal está dizendo para o tal calhorda pego com a boca na botija: “tira a mão daí, rato!”.

Quando outros ordinários da grande mídia, ainda na mesma edição de domingo dizem: i) que as nomeações do governo atual visando a por fim às roubalheiras nas hostes da educação, da cultura e do meio ambiente no País, em verdade configuram doentia, gratuita e odienta perseguição aos artistas, aos intelectuais e aos ambientalistas; ii) que o acusado na Lava Jato José Sarney anda amuado porque o Capitão ainda não lhe consultou para nada; iii) que uma eficiente ação da equipe de Bolsonaro abateu em pleno voo uma maracutaia no Fundo de Desenvolvimento da Educação – FNDE para comprar computadores destinados à rede pública de ensino, mas desidiosa ainda não fritou os responsáveis pela façanha, como lhe cumpria, também concluo que todos os tais maganos devem ter ouvido de per si ou pela boca de seus patrões a mesma advertência: “tirem as mãos daí, seus ratos!”.

Edições inteiras dos jornalões e de grandes revistas, da primeira à última página, são pautadas com objetivo de ridicularizar, de desmoralizar ou de difamar o Presidente eleito, mas não dedica uma linha em favor da luta do povo para ver presos, definitivamente, Lula e outros bandidos da República, que está sendo acintosamente flanqueada pelo lado negro do Congresso Nacional e do STF, muito ao contrário, daquela se ri e se regozija por debaixo dos panos. Ai dos homens de honra deste País se não fossem as valentes e destemidas Tribunas como esta e a rede mundial de computadores.

Depois de três décadas de governos civis, diferentemente do que pensam a elite e os poderosos, tem-se no ideário popular o seguinte: que todo político é ladrão, que partido político é sinônimo de quadrilha, que a cúpula do Judiciário é defensora de bandidos de colarinho branco, que os príncipes e mandarins da máquina governamental tanto quanto os soberbos intelectuais juntamente com os ladravazes do Parlamento são efetivamente os grandes algozes de nossa gente, que a Justiça serve apenas ao rico e somente mantem preso o pobre e que, além de tudo o mais, o socialismo e o comunismo, implantados no Brasil de soslaio, não vão nos permitir ser os verdadeiros donos de um País, igualitário, livre e rico.

O resumo da ópera é o seguinte: se a grande massa não tem dúvida alguma quanto aquelas verdades e se é evidente que o establishement vai lutar para que a Nação Verde e Amarela conviva com tudo aquilo, uma de duas: capitulamos ou exigimos que este novo governo ponha um fim definitivo ao nosso sofrimento.

Enquanto os palácios, os salões, os gabinetes e os nichos de Brasília-DF impedirem que o povo tenha sua vez, muito mais os patifes avançarão como agora está se vendo em que o Congresso Nacional quer roubar bilhões de reais da saúde, da educação e da segurança para gastar na próxima campanha política, sem se importar que – agora mesmo, neste momento – tenha gente morrendo nos morros e nos guetos do País pelas mãos dos narcotraficantes aliados do “PCCSOL” e nas filas dos SUS. Até quando nossa advertência vai permanecer sem uma pronta ação coercitiva? Nossa gente está ficando triste, furiosa e exausta de gritar pelas ruas do Brasil inteiro para aqueles que diariamente tramam contra a imensa vontade popular: “Tirem suas mãos sujas do nosso dinheiro suado, seus ratos!”

Jose Mauricio de Barcellos, ex Consultor Jurídico da CPRM-MME, é advogado E-mail:bppconsultores@uol.com.br.

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