Francisco Maia

Solidariedade é missão

acessibilidade:

Não existem acasos nos encontros que a vida nos oferece.

Sempre nos reencontramos com personagens ou situações que marcaram nosso passado.

Assim está acontecendo na celebração dos 50 anos da Fecomércio do Distrito Federal.

Foi uma festa que nos permitiu lembrar do mestre que sedimentou a estrada por onde todo o associativismo de Brasília percorreu. Newton Rossi, empresário e poeta, artífice da inteligência dos serviços, turismo e comércio da capital da República.

Quando completamos os 50, temos o dever de sonhar em vigília e perceber a história que construímos.
A Fecomércio-DF e seus filhos empreendedores, Sesc e Senac, estão também em festa nesse aniversário.
Meu Deus, já se passou meio século !

Há, portanto, uma bela história para contar e aprender.

A memória seria infiel se não lembrarmos dos primeiros passos da Fecomércio-DF. Primeiro tijolo assentado por Newton Rossi, o grande desbravador.

Chegou à imensidão do cerrado em finais da década de 1950 pelas mãos de Juscelino Kubitschek e integrou-se à equipe presidencial empenhada na construção de Brasília. Dez anos depois da inauguração da nova capital, em 1970 surgia a Federação do Comércio de Brasília.

No início, a Federação do Comércio representava apenas cinco sindicatos patronais, que reuniam lojistas, vendedores de produtos farmacêuticos, revendedores de automóveis, varejistas de carnes e corretores de imóveis.

Hoje somos maiores. Possuimos 28 sindicatos filiados e associados, representando diretamente o comércio de bens, serviços e turismo em todo o território do Distrito Federal.

Muito melhor que citar número de sindicatos ou mergulhar em estatísticas, é refletir sobre a herança política que Rossi plantou na inteligência de Brasília.

Na Fecomércio nasciam as ideias transformadoras da cidade. Tivemos a ventura de pertencer ao ninho que chocou a independência política e administrativa do Distrito Federal. Newton Rossi e Lindemberg Aziz Cury uniram a Federação do Comércio e Associação Comercial para criar o laboratório criativo do pensamento cidadão. O presidente e fundador da Fecomércio deu à cidade um lugar à altura de sua liderança. O setor associativo da iniciativa privada criou um fórum de estudos econômicos e sociais voltados à Brasília, que agora, estamos tendo a honra de recriar. Cinquenta anos passaram e todos nós estamos carregando esse ideal de mudanças políticas, econômicas e sociais. Nossa atual história está marcada por esse espírito empreendedor.

Cada um de vocês é um multiplicador dessa missão.

Nossos brilhantes operadores, Sesc e Senac, são os realizadores desse permanente trabalho social e têm dado enormes alegrias. Nesses quase dois anos, tivemos grandes conquistas. O ritmo acelerado das novidades no Senac é um incentivo à inclusão no trabalho, guerra ao desemprego e moderno sistema educacional. O Sesc, com sua missão de saúde, esporte e trabalho social direto, tem tido grande destaque. A caravana contra fome neste Natal é admirável. A sensação de ser útil à humanidade conforta e emociona.

Mas, nesse instante, o que melhor simboliza o novo em nossa atividade é a Faculdade de Tecnologia e Inovação Senac-DF. Joia da coroa da Federação do Comércio no Distrito Federal. Sonhamos alto e soberanos. Além do trabalho, a ação. Além do remédio, a cura. E, quando tudo mais faltar, há um segredo: buscar no interior da consciência a resposta para nossos desafios. Sendo que o maior deles é a solidariedade humana. Assim está sendo com o nosso Natal Monumental sem Fome, o Fome de Música, a permanente distribuição de alimentos, o aproveitamento de mantimentos, a caravana do também Natal Monumental e, desafiando o futuro, o grande projeto para uma nova sede do Sesc à beira do Lago.

Mas sabermos que acima de tudo que fizemos, há uma obra que não se destaca por números ou resultados concretos. É a conquista robusta de nosso poder dentro da cidadania. Amigos, somos hoje ouvidos e respeitados por políticos e autoridades de estado. Somos fortes porque somos livres e detemos um poder que o povo de Brasília nos concedeu. Realizamos, enfim, o projeto de liderança que Newton Rossi semeou no passado.

Hoje a Fecomércio-DF é um centro vigilante dos direitos do cidadão e deveres dos governantes.
Lições do passado podem desenhar nosso futuro. Filha da experiência, nossa administração criou pontes para o amanhã. Carregamos a tocha que no fim do caminho, outros a levarão. Honramos o legado de Newton Rossi, empresário e poeta. Sem dúvida, um líder maior que definiu em versos nossos desafios em seus versos. Versos que ensinam:

“Esperanças perdidas, crianças esquecidas e velhos abandonados.
Oh ! Brasil dos excluídos!
Ninguém ouve os teus gemidos na dor dos desempregados”

Francisco Maia é presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio).

Reportar Erro