Os saltos calculados do Capitão
Aos olhos dos incautos pode parecer que cada ato do presidente Jair Messias Bolsonaro, possa parecer um salto no escuro, ledo engano, o capitão como se diz aqui no Nordeste, “não dá ponto sem nó” e a cada ato, fala, ação, reação, e como se ele mexesse as pedras de um tabuleiro de xadrez, matutando, pensando, analisando, medindo, aferindo, contando, tudo dentro de uma estratégia minuciosamente calculada. Ora, como dizem os doutos, a política no Brasil tornou-se um Fla x Flu, e assim sendo, não tem jogo ganho ou perdido, tem jogo jogado, e o resultado só quando o juiz apitar o final da partida, até lá segue o jogo.
A última aferição feita pelo Paraná pesquisa, e divulgada pelo Diário do Poder, mostra que mesmo enfrentando uma pandemia e um rosário de adversários, o capitão continua firme e forte com seu capital político capaz, em moedas de hoje, de abater seus principais oponentes. Ao que parece, a queda de braço travada com a maior emissora de televisão do país e suas afiliadas não é suficiente para murchar o paraquedas do capitão. Semana passada um acontecimento chamou a atenção do público. Várias emissoras de TV aguardavam no salão de desembarque internacional do aeroporto do galeão, a chegado do ex-motorista do jogador brasileiro Fernando, que encontrava-se preso na Rússia, acusado de tráfico de drogas, em razão de ter sido pego com medicamentos na bagagem destinados ao sogro do boleiro, drogas lícitas no Brasil, porém proibidas na terra dos Czares. O motorista Robson foi solto graças a intervenção do presidente Bolsonaro, que o recepcionou no galeão, quando Robson apareceu em meio a um festival de lentes e flashes, ele estava ao lado do Presidente da república e todas as emissoras de TV mostraram ao vivo, inclusive a que faz oposição ao presidente. Porém, poucas horas mais tarde, em matéria no jornal esportivo da emissora, o vídeo tinha sido editado e Robson apareceu sem a companhia do Presidente.
Ao bater de frente com boa parte da grande mídia, o ex-capitão comprou uma briga de gente grande, porém ele sabia que não estava só nessa empreitada, considerando que Brasil afora o público mais conservador, que não é pequeno, também não concorda com as linhas editoriais da programação chamada progressista, e assim, o que parecia um tsunami na carreira política de Jair Bolsonaro, tem o efeito de marolinha. E como se trata do “nós ou eles” o presidente manteve relacionamento afável com uns canais enquanto dá as costas a outros. E neste jogo de gato e rato, onde a grande mídia só mostra os piores momentos produzidos pelo presidente, deletando seus melhores feitos, no placar até agora ninguém tem vantagem, continua com o resultado em branco. E assim, o estrategista Jair Bolsonaro não sai do noticiário, parece que ele reza pela cartilha do “falem mal, mas falem de mim”.
Enquanto o Presidente Jair Bolsonaro tiver este capital político acima de trinta e três por cento do eleitorado, o povo nas ruas vestindo verde e amarelo lhe oferecendo solidariedade irrestrita, fica afastada qualquer possibilidade da Câmara dos Deputados, na figura do presidente Artur Lira, dar seguimento a um processo de impeachment, para desespero dos adversários do ex-capitão, que mesmo diante de tantas ventanias a lhe atingir, mantém seu paraquedas no prumo, para deleite de seus apoiadores.
O ex-tudo, ex-presidente, ex-presidiário, ex-condenado, Luiz Inácio, acalenta o sonho de ver reunida embaixo de seu guarda-chuva de pano vermelho toda a oposição ao presidente, porém a velha raposa sabe e não confessa, que isto é praticamente impossível de acontecer, considerando que a esquerda só tem projeto de poder e nunca de governo, “e se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”. E o sonho de reunir um batalhão contra o capitão, fica nisto, um sonho.
Falta muito tempo para o embate presidencial de 2022, até lá muita água vai rolar por baixo da ponte, há tempo suficiente para a vacinação conter a pandemia do covid 19, e assim, o governo tentar destravar as pautas que realmente interessam à nação brasileira, por agora é bola que rola, parte da arquibancada vaiando sua Excelência e outra aplaudindo com fervor. Como não sou adivinho, não sei quem sairá vitorioso no pleito de 2022, mas de coisa estou convencido e aviso aos tripulantes que desejam empurrar o capitão no abismo: Mesmo entre raios e trovões, ele sempre tem um paraquedas na manga.