José Maurício de Barcellos

Os quinta-coluna

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É claro que os verdadeiros patriotas não estão satisfeitos com os resultados das eleições. É claro que não! É evidente que, em seu íntimo, a esta altura da luta para solidificar a presença da “Nova Ordem” acham que o Brasil mereceria um pouco mais do seu povo, mormente face ao extremo esforço que o governo da União está desenvolvendo para resgatar o País do atoleiro em que o encontrou. Porém, analisando o cenário nacional de forma mais ampla pode-se dizer que a vitória do bem foi significativa, sobretudo se levarmos em conta as condições extremamente adversas enfrentadas por nossa sociedade e que jamais poderiam ter sido previstas ou evitadas.

O ano destas eleições não foi só atípico, foi surpreendentemente ruinoso e absolutamente imprevisível. Não acreditaria se há uma década ou há um lustro, alguém me dissesse que estas gerações do início do século 21, em um mundo onde a notícia mais atualizada basicamente só se refere às irradicações das doenças endêmicas; em uma época em que o fantástico avanço da medicina tem na vitória dos médicos e dos cientistas sobre doença o lugar mais comum, então, seria neste justo momento que a humanidade retrocederia aos tempos das pestes negras ou das verdadeiras pragas bíblicas e morreria aos milhões, atônita e perdida no meio de uma pandemia mundial.

A par disto viu-se todos os povos da terra em pânico por conta de uma fantástica desorientação oriunda da falta de uma exata e confiável informação, posto que esta lhe foi escamoteada a serviço dos interesses espúrios da esquerda inconsequente e da proposta “globalista” assassina e que, surpreendentemente, logrou se instaurar bem na era da comunicação instantânea entre todos os recantos do planeta. Sendo desta forma, falo com toda certeza, que poucos – muito poucos – acreditariam que isso fosse acontecer. Foi e está sendo cruel.

Essa situação sem dúvida que impactou decisivamente o resultado das eleições municipais de 2020 quer porque dela se valeu sordidamente a esquerda derrotada em 2018, quer porque os patriotas e os conservadores foram, principalmente nas grandes capitais, invariavelmente solapados por aqueles que se abstiveram deixando o caminho livre para as manobras das quadrilhas de Sarney a Temer agirem com desenvoltura. Mesmo deste modo, a esmagadora maioria daqueles cidadãos do bem que no pleito de 2018 derrotou, com Bolsonaro, o establishment venal e corruto, ainda foi capaz de infringir uma fragorosa derrota à esquerda, quase destruindo, por completo, sua expressão mais suja, o PT.

Pessoalmente venho batendo nesta tecla há alguns artigos e agora penso que posso dar por explicada a questão à vista da boa análise do secretário de Comunicação do Governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten que, numa apertada síntese, disse: “1. A principal delas é que o Presidente Jair Bolsonaro está cumprindo sua promessa política de “eliminar a esquerda” no país. Os resultados das urnas municipais comprovam isso; 2. O PT foi varrido das capitais e teve seu pior desempenho eleitoral desde 1985, assim como os partidos de esquerda. O PT não ganhou em nenhuma capital; 3. No Rio, São Paulo e Belo Horizonte, as três maiores capitais do país, o PT ficou de fora do segundo turno. Em Recife apostou tudo na candidatura de Marília Arraes, com apoio ostensivo de Lula, e perdeu; 4. A esquerda ganhou somente em cinco capitais – PDT e PSB duas e PSOL uma – e comanda apenas 7,6 milhões de brasileiros, o equivalente a 15,6% da população das capitais; 5. Caiu também no vazio a proposta petista de tornar a eleição municipal um mote eleitoral de “anistia para Lula”. O partido ficou sozinho no discurso e fez surgir outras “lideranças” como Boulos e João Campos – dois candidatos que Lula não apoiou; 6. O PT não ficou nem entre os dezesseis primeiros partidos no ranking que comandam a população brasileira; 7. Outro aspecto a ser realçado é que os partidos da base governista do Centrão – PP, PSD, Republicanos e outros – tiveram excelente desempenho eleitoral, derrubando a supremacia do MDB e do PSDB no comando do número de prefeituras brasileiras; 8. O PP com 685 prefeitos eleitos e o PSD com 540, superaram os 520 do PSDB e o DEM com 463 cidades, desbancando-os do topo da lista. O MDB perdeu 252 prefeituras e o PT nem aparece entre os dez primeiros colocados em número de prefeituras – perdeu 68 delas em relação a 2016; 9. O que se pode concluir, e reproduzir, é que o resultado da eleição municipal mostrou muito mais uma vontade popular de reafirmação de uma postura de “centro-direita” do que uma manifestação de oposição ao governo Bolsonaro; 10. Mesmo a vitória de Covas deve ser relativizada. Ele se reelegeu com menos votos do que a abstenção mais votos brancos e nulos. Juntos esses três fatores totalizaram 3,6 milhões (40,61%) de eleitores que não quiseram escolher nenhum candidato. Boulos perdeu para abstenção! 11. No discurso de vitória eleitoral Covas se tornou ventríloquo do governador João Doria, repetindo os motes de que a ciência e moderação devem prevalecer em São Paulo. Além disso, o Secretário ressaltou o deplorável e desonesto papel dos execráveis Ibope e Datafolha ao errar de propósito para ajudar os contras, afinal demonstrando que das urnas veio o claro recado no sentido de que Bolsonaro está levando o país para o rumo certo.

Inobstante, penso que o exame do Secretário Wajngarten deve ser compreendido dentro de um contesto no sentido de que a esquerda nociva ao País – e a direita igualmente abominável de Rodrigo Maia e outros do mesmo naipe – não estão mortas. Claro que não!

A trupe da qual os patriotas não podem descurar um dia sequer está por aí e vai tentar voltar ao poder, para voltar a roubar. Continua viva na figura dos psicóticos Ciros, dos sorrateiros e covardes FHCs, dos saltitantes Dórias; dos Dudus Maricás; do perigoso Freixo e seus escorpiões do PCCSOL etc.

Todavia, nem é com aquela gente do mal que mais me preocupo. Há uma turma tão ou mais perigosa, com a qual se deve ficar “velhaco nesta empeleita” como diria aquele velho homem do campo. São os tais “isentões” que, diga-se a bem da verdade, não devem ser confundidos com o crítico honesto, destemido e independente que luta pelo País. Conheço vários deles e admiro. Tenho verdadeiro asco daquela corja. São aqueles camaleões que vem, de soslaio, para perto do patriota camuflado na pele do eleitor de Bolsonaro ou do entusiasta da “Nova Ordem”. Não são porcarias algumas. Não são mesmo nem uma coisa nem outra. São vermelhos que nem coragem têm de se declarar e que olhados com boa lupa se enxergará que sempre votaram no PT, no PSDB, nos seus puxadinhos, PCdoB, PCCSOL, PV, REDE, PSB ou outros que tais. São os conhecidos “Antas”, o “bigodinho Pereira”, um careca de Souza, aquela que mela o Franco, o carcamano Hélio vermelhusco, o remelento Azevedo e quejandos.

Dentre aqueles se vê a olho desarmado, por exemplo, o “intelectualoide” metido a besta, o famoso da Lei Rouanet; o vassalo da extrema imprensa, que segundo dizem, gosta de checar tudo percorrendo todas as sendas em busca da verdade. Verdade que invariavelmente acaba encontrando por mero acaso com o objetivo de destruir Bolsonaro, seus filhos, sua família, os ministros que mais se destacam, aquele militar mais próximo do Planalto, para aí ver e ressaltar, exultando de alegria, qualidades em qualquer tipo que tenha traído o Capitão. Este é o mesmo que tentou desclassificar as decisões do presidente, lançando a semente da intriga, da cizânia e cobrindo com o manto da desconfiança os republicanos acordos que este governo busca em torno de propostas do mais legítimo interesse do Brasil contrariamente aos interesses daqueles que, com a mão do gato, pretenderam se promover ou tirar alguma vantagem para si e ou um dos seus.

E porque essa gente não presta e nem tem tutano, faz tudo isso alegando que está criticando para colaborar, lealmente. Que me escutem bem esses espertalhões: no meio do fogo cerrado não se para de atirar. No que me concerne, em razão da luta que se trava no Brasil, essa trupe não passa de integrante dos muitos grupos clandestinos de sabotadores que atacam de dentro para ferir e desmobilizar. São os da “Quinta-Coluna”, bem conhecidos na arte da guerra. Os patriotas precisam ficar espertos e auguro que o Presidente eleito e seus estrategistas não descurem um minuto daquela turma.

Jose Mauricio de Barcellos ex Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado. E-mail: bppconsultores@uol.com.br.

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