Alberto Rostand Lanverly

O sonho azulino ultrapassou o Trapichão

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Outro dia me pediram para falar sobre mim mesmo. Lembrei, incontinente, de considerar as confissões algo artificial, por sempre só dizerem o que interessa. Entendi então que o interlocutor queria detalhes de minha existência… Recordo minha primeira opção, mesmo inconsciente, quando ainda no hospital, minha avó materna, segundo contam, após, banhar-me, me cobriu com um talco de cor azul, preparado artesanalmente na fazenda da família.

Assim, desde meus primeiros momentos ainda sem compreender as engrenagens do cotidiano fui, literalmente, um azulino. O tempo passou e sempre busquei plagiar o poeta deixando claro que, para sermos felizes temos, antes de mais nada, de transformar a vida em um jogo de futebol, chutando tristezas, driblando dificuldades e marcando gols de alegria.
​Certamente pensando neste jubilo sempre me identifiquei com o Centro Sportivo Alagoano, fazendo tremer o coração da grande maioria dos habitantes da Terra dos Marechais. Ainda jovem, ao frequentar o Campo do Mutange, quer em treinos ou jogos oficiais do Azulão, facilmente aprendi ser o CSA não apenas um time com atletas, mas uma torcida possuidora de um time especial de jogadores, tão dedicados quanto capazes.

Ao longo dos tempos sempre acompanhei grupos de atletas, se revezando ao vestir o manto azul e branco na expectativa de manter viva a união e força, tão características dos que amam assistir os marujos em campo, lutando na busca da vitória, chorando, nunca por erros, mas por títulos alcançados, e as vezes, também errando e aprendendo com os enganos cometidos.

Hoje o CSA está na elite do futebol brasileiro, feito conseguido com muito esforço, sofrimento, lágrimas e sorrisos, mas, acima de tudo, deixando explicito não ser a vontade de vencer o sentimento mais importante do homem, pois todos de alguma forma possuem tal ambição. O que mais vale é o desejo de preparar-se para triunfar. Foi assim ultimamente, merecendo serem enaltecidos todos os que suaram em busca do objetivo dando exemplo de raça, amor e paixão, com especial destaque para o brilho de Daniel Costa, o encanto do fantástico Berola, o show que é Walter – o gordinho nota mil, sem falar em Frigeli, Celsinho, Jhon Cley, Leandro, e Rafinha, além do Didira, feitor de golaços, jogadas improváveis e dribles impossíveis que encantaram, tanto ao exímio treinador Marcelo Cabo como aos milhões de admiradores do maior de todos os times de nossa região.

Ser torcedor do CSA é certeza de que a vitória virá, sabendo percorrer, degrau por degrau, até chegar ao topo: Foi assim com as conquistas dos inúmeros títulos do campeonato alagoano, das progressões nos campeonatos brasileiros das mais variadas séries, sem pressa de vencer, mas com altivez, fazendo-o sempre que necessário.

Hoje, consciente de que o sonho azulino não cabe mais no Trapichão, entendo nenhum título ser mais importante que a torcida do CSA: A melhor e mais apaixonante do mundo, cujo entusiasmo ultrapassa barreiras como tristeza e solidão. Sou azulino, sou serie “A”, sou mais uma vez Vice Campeão Brasileiro!!!

Alberto Rostand Lavernely, torcedor apaixonado do CSA, é presidente da Academia Alagoana de Letras.

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