Jorge Motta

O maior parque urbano do mundo

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Em 1978, foi inaugurado em Brasília o Parque Rogério Pithon Farias, batizado com o nome do filho primogênito do governador, falecido em acidente de trânsito aos 19 anos de idade, pretendendo, também, ser uma homenagem aos jovens da cidade.

Depois de ter mudado de nome várias vezes, hoje é conhecido como Parque da Cidade. Com 4 milhões e 200 mil metros quadrados é o maior parque urbano do mundo, no centro do Plano Piloto. Quando inaugurado, era melhor do que atualmente. Tinha piscina de ondas, trenzinho, pedalinho no lago e quadras de esportes. Tudo, fruto de um projeto vanguardista da competente administração do Governo Elmo Serejo Farias.

O governador foi nomeado pelo Presidente Ernesto Geisel com a missão de consolidar a cidade, Capital da República. Missão cumprida através de um planejamento que proporcionou a realização de grandes obras viárias, dentre as quais se destacam os inúmeros viadutos construídos, a ligação da W3 Sul com a W3 Norte ( não aprovada por Lúcio Costa ), a Ponte Costa e Silva, a duplicação da Avenida das Nações, a Estrutural, ligando o Plano Piloto a Taguatinga, considerada, à época, como a estrada que ligava nada a coisa nenhuma. É de se imaginar Brasília sem ela?

Elmo, engenheiro urbanista consagrado pelas obras viárias que já havia implantado em Salvador, na Bahia, aplicou toda a sua experiência para enfrentar os vários desafios que se apresentavam. Um deles a necessidade de ligar os eixinhos sul ao eixão, ligações feitas com a criação das “tesourinhas”, até hoje comemoradas e copiadas, posteriormente, para o eixão norte.

Muitas foram as realizações nas áreas da Saúde, da Educação, da Segurança e da Agricultura. Nessa inovou ao criar o PADEF, verdadeira reforma agrária, pacífica e organizada, exemplo de sucesso no Distrito Federal, comandada por Pedro Dantas, Secretário de Agricultura. Vieram do Rio Grande do Sul agricultores com experiência para a implantação do projeto. O GDF deu as terras, a infraestrutura, o financiamento pelo BRB, Banco de Brasília, com apoio da EMBRAPA. Desbravadores, eles trouxeram as famílias e se instalaram em barracas.

Para bem governar Brasília, o governador formou uma equipe de secretários, presidentes e diretores de empresas altamente qualificados. A SHIS, Sociedade Habitacional de Interesse Social, sob a direção do competente engenheiro Dilson Rhem, construiu mais de 40 mil unidades residenciais, em Ceilândia, Taguatinga e Asa Norte.

Agora, após 41 anos do governo Elmo, no dia 21 de abril de 2020 , Brasília completa 60 anos. Ouso homenagear, como testemunha e partícipe daquele tempo, 1974 a 1979, o meu saudoso e querido amigo que, certamente, será esquecido nas comemorações oficiais da efeméride. Aliás, em quase todo esse tempo, os governantes do DF não “lembraram” de homenageá-lo.

ELMO SEREJO FARIAS foi o governador que consolidou Brasília. Muitas gerações não conhecem as realizações do seu governo, em razão, penso, de ter transcorrido em um período do regime militar. Os esquerdistas e comunistas não toleram o sucesso.

O PARQUE DA CIDADE é patrimônio do povo do Distrito Federal. A placa da inauguração lembrará sempre o seu criador: é obra de estadista. Podem mudar o nome do parque quantas vezes quiserem. Mas não conseguirão mudar a verdadeira história de Brasília.

Aproveito para declarar a minha gratidão, como simples brasileiro, e cidadão brasiliense, ao imortal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Também aos anônimos candangos e pioneiros, que acreditaram no que era quase impossível: construir uma cidade em três anos para ser a Capital da República. Entre esses PIONEIROS, que ainda hoje oferecem muitos empregos nas suas empresas, destaco os meus amigos IVANI VALENÇA, OZÓRIO ADRIANO, GERALDO FARIA, GILBERTO SALOMÃO e GERALDO VASCONCELOS. 

A cidade muito deve a eles

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