Novembro perfeito para a economia dos eventos

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Novembro entrou para a história como o de melhor desempenho econômico dos eventos de entretenimento na cidade de São Paulo, destaque para os musicais. São 27 internacionais — 18 shows e festivais entre os dias 10 e 30 — e mais duas dezenas de nacionais.

A agenda lotada espalha os resultados positivos por vários setores e atividades comerciais. De forma conservadora serão 1,38 milhão de público apenas das montagens mais expressivas — a população de Porto Alegre.

Exemplos do impacto vão surgindo pelo mercado: hotéis com taxas de ocupação batendo em 100%, serviços de busca de viagens com aumento de 180% para hospedagem em São Paulo (fonte: Decolar), recorde de shows no Allianz Parque desde a inauguração – serão 12 em novembro. Nem o futebol tem esse resultado, com média de quatro a seis partidas por mês.

Em outubro São Paulo teve mais um reconhecimento da importância dos eventos de música: foi escolhida como o melhor destino global pela Music Cities Events. Isso contribui para que a roda continue girando a favor da cidade, com novas montagens passando a integrar o calendário.

De 20% a 30% do público são turistas. Essa variação ocorre de acordo com o perfil do evento. Na Fórmula 1, por exemplo, é maior: o último GP São Paulo recebeu 41% de moradores de outros estados e países.

Como resultado, somente os turistas devem injetar na economia paulistana perto de R$ 1 bilhão em novembro. E o melhor: praticamente sem investimento público e pulverizando democraticamente este resultado: bares, restaurantes, comércio em geral, hotelaria, taxistas e serviços diversos — atividades de mão de obra intensiva, o que contribuirá para que 2023 feche com saldo positivo de mais de 30 mil empregos formais em turismo e eventos – até setembro foram acumulados 25 mil, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. É praticamente um processo de transferência de renda em favor da capital paulista: os turistas consomem em São Paulo o que ganham em suas cidades.

Considerados os gastos dos residentes da capital e região metropolitana, como a compra de ingressos e despesas paralelas, e demais custos de montagem — da locação dos espaços ao investimento dos promotores —, serão mais de R$ 3,4 bilhões de impacto econômico só pela vinda das atrações estrangeiras, coroando um mês surpreendente sob qualquer ponto de vista. Diversão e alegria transformadas em negócios.

A esta concentração inédita somam-se os eventos “invisíveis”, fundamentais contribuintes para os bons resultados de impacto econômico: o mercado corporativo, com congressos, feiras e convenções, que acumulou 944 eventos até setembro, além de outras motivações, como o turismo de compras.

Na ausência de calendário em novembro, dezembro ainda terá o Primavera Sound e Paul McCartney fechando um ano fantástico para o entretenimento.

Gustavo Pires é presidente da São Paulo Turismo/SPTuris, empresa da Prefeitura de São Paulo.

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