Ipojuca Pontes

Lacaios do comunismo

acessibilidade:

Ontem como hoje (na verdade, mais ontem do que hoje) era banal ouvir-se a expressão “lacaio do imperialismo ianque”. Todo mundo, para os ativistas da esquerda, era “lacaio do imperialismo ianque”. Havia na Paraíba um advogado, Bento da Gama, que se auto-intitulava “professor de marxismo”. Qualquer cidadão isento ou democrata, para ele, era “lacaio do imperialismo ianque”.

O sujeito perguntava: “Bento, e o ministro Zé Américo de Almeida?” E ele, na bucha: “Lacaio do imperialismo ianque”. O sujeito retornava, incrédulo: – “Mas, Bento, até Zé Américo?!!”. E o professor de marxismo, categórico: – “Sem dúvida! Ele não afirmou que se ‘a revolução de 64 não nos trouxe todos os bens, evitou todos os males?” O sujeito ia adiante: – “Vá lá… Mas e o poeta-louco Manuel Caixa-D’Água?…” Bento, então, pontuava: – “É outro lacaio do imperialismo ianque!”

Falo, falo e não chego ao “busílis da questão”. Ah, agora me lembro!…

Recentemente, escapando do seu insulamento compulsório, Celso Amorim – antidiplomata que o Brasil teria de deportar e que nenhum país civilizado do mundo deveria receber – ressurgiu dos mortos para atacar, inutilmente, o sólido Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do excepcional governo de Jair Bolsonaro. O eterno Celsinho, demitido da Embrafilme pelo general Rubem Ludwig, à época ministro da Educação e Cultura do governo Figueiredo, disse o seguinte:

– Nem na ditadura a política externa foi tão desastrosa.

Bonito, hein! Mas o que essa figura, cevado nas entranhas do governo mais corrupto de todos os tempos, o de Lula da Selva, considera desastroso?

Vejamos: na sua fala ressentida, o antidiplomata vermelho disse, entre outras aleivosias, que a atual política externa brasileira “avançou contra os direitos da população LGBT”. Muito bem. Mas, pergunta-se: e os direitos dos gays, lésbicas e dissidentes na ditadura de Xi Jinping, o tirano que se aparelha para implantar a “hegemonia” do imperialismo chinês em escala planetária, até 2049, data em que a revolução “popular” do genocida

Mao completará 100 anos?

E na Cuba dos irmãos Castro, onde o fantasma de Fidel, apesar de morto, continua insepulto a assombrar não só a população de gays e lésbicas, mas, especialmente, os milhares de divergentes políticos que aspiram fugir algum dia da ilha-cárcere tão cara a tipos que nem Celso Amorim, o diplomata do Mal?

Não é difícil aqui relembrar que tais populações encontram-se ainda agora segregadas em campos de trabalhos forçados ou submetidas na China a tratamentos psiquiátricos de alta voltagem. Ou mesmo confinadas em masmorras infectas ou simplesmente fuziladas diante do velho “paredón” tinto de sangue, o grande legado da diplomacia comunista dos irmãos Castro à história da tirania universal.

Antes de forjar mentiras jamais pronunciadas pelos dirigentes da atual política externa brasileira, o eterno Celsinho da Embrafilme, obliterado pela ótica fosca do totalitarismo comunista, considera que o Brasil “renunciou à condição de país emergente da OMC sem qualquer garantia em troca”. Não é o caso, pois aqui o foco é outro. Antes é bom considerar que a Organização Mundial do Comércio, penduricalho da malfadada ONU, não passa de órgão regulatório falido, protelatório e tendencioso, capaz até de admitir que a economia chinesa, alicerçada no trabalho escravo controlado pelo Estado ditatorial, possa integrar o mundo do livre comércio.

Na fala, o ex-ministro do MRE omite que o Brasil trocou a condição de emergente na OMC para integrar, convidado pelos Estados Unidos, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), fórum dos países comprometidos com a democracia e a economia de mercado, de muito maior escala comercial.

Em retrospecto, convém assinalar que a política externa do desgoverno petista era tramada nas reuniões deliberativas do Foro de São Paulo, todas elas assimiladas por Marco Aurélio Garcia, o obsceno “Mag Top Top”, assessor da política externa do PT e vassalo dos irmãos Castro. De fato, dentro do esquema subversivo petista, Amorim, em substância, não passava de um burocrata de luxo secundado, no Itamarati, pelo seu parceirinho “Samuca” Pinheiro Guimarães, tido como “ideólogo coerente”.

(Antes de levarmos o barco adiante, é preciso dizer que Amorim foi feito ministro das Relações Exteriores por acaso. Deu-se o seguinte: Itamar Franco, entronado no Palácio do Planalto depois da deposição de Collor, queria fazer de José Aparecido, um cupincha esperto da politicalha mineira, seu Ministro das Relações Exteriores (e, depois, segundo desejo declarado em entrevista ao JB, fazê-lo candidato oficial à Presidência da República).

Mas ocorreu um imprevisto: José Aparecido, o “Zé das Medalhas”, ficou doente e não pôde assumir o posto. Então, na emergência, pressionado pelo tempo e pela tropa dos “barbudinhos do Itamarati”, Itamar terminou nomeando Amorim, cujo maior feito tinha sido a demissão da Embrafilme pelos militares – feito do qual ainda hoje se orgulha).

No Itamarati de Lula da Selva manobrado pelo Foro de São Paulo, Amorim cumpria três tarefas básicas, a saber:

1 – Boicotar a todo custo o acordo de livre comércio da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) proposto pelos Estados Unidos, que permitiria ao Brasil ingressar num universo de 800 milhões de consumidores, dispondo de um PIB (Produto Interno Bruto) na ordem de 11 trilhões de dólares;

2 – Fazer o Brasil tomar assento permanente na Cadeira do Conselho de Segurança da Organização das Nações (ONU), sonho mirabolante e ultra dispendioso, mas que tinha por objetivo final fazer de Lula, tido como alcoólatra contumaz pelo correspondente do New York Times, o Secretário-Geral da ONU;

3 – Financiar, a partir das deliberações do FSP, a formação do Eixo Vermelho do hemisfério sul, constituído por países como Cuba, Bolívia, Venezuela, Uruguai, Equador, Guatemala, República Dominicana, além de Angola, Moçambique etc., com a finalidade de sabotar nos respectivos continentes qualquer proposta americana de cooperação, ocasião em que foi posta em marcha acelerada a política insana do “antiamericanismo declarado”.

Em suma: depois de ter ocupado o posto de embaixador na Inglaterra, ter sido ministro do Itamarati em dois desgovernos do PT e ser nomeado ministro da Defesa na era da incompetente Dilma Rousseff, o medíocre Amorim fenece hoje na luz escura do vazio. O próprio Lula, num ato de caridade, quis fazê-lo candidato a governador do Rio de Janeiro. Amorim fracassou redondamente e sua candidatura sequer decolou, pois as pessoas não sabiam ao certo quem era o antidiplomata vermelho, um entre os muitos “lacaios do imperialismo comunista”.

Reportar Erro