Vicente Limongi Netto

Inesquecível Azevedo

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A pretexto de elogiar a reitora reeleita da UnB,Márcia Abrahão Moura, Cristovam Buarque desmereceu,  em melancólico  artigo no Correio Braziliense de 22/9, a importância de reitores nomeados, afirmando, com rigorosa má-fé, que “o reitor imposto faz o trabalho acadêmico fenecer, no lugar de florescer”. Discordo, enfaticamente, do deplorável  Buarque.  José Carlos Azevedo, por exemplo,   foi honroso vice-reitor e reitor nomeado da UnB. Administrou a universidade com esmero e competência. Deixou a UnB com dinheiro sobrando. Imóveis da instituição valorizados. Com a imagem da UnB respeitada no Brasil e no exterior. Criou cursos, abriu centros de ensino. Ampliou o acervo da Biblioteca. Promoveu seminários e congressos com a participação de renomados intelectuais, brasileiros e estrangeiros. Contratou professores expressivos.  Foi Azevedo que criou a editora da instituição, com lançamentos de obras ainda hoje procuradas pelo mundo acadêmico.  Azevedo era homem de diálogo. Mas não admitia badernas. Não se intimidava com conspirações de pseudos letrados, fantasiados de pretensiosos  mestres. Incentivava e valorizava aqueles realmente devotados ao ensino e ao crescimento intelectual dos alunos. Nessa linha, como reitor, enfrentou e desmascarou farsantes e paladinos de meia pataca. O legado e a memória de Azevedo, como professor, militar e intelectual precisam ser respeitados.
Limongi é jornalista. Servidor aposentado do Senado Federal e sócio da ABI há 52 anos.
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