Fim definitivo do mito cubano

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Cuba, a ilha-cárcere do comunismo latino-americano, está nos estertores. O noticiário que vem de lá dá conta de que em mais de 30 localidades o povo se insurgiu contra a tirania dos  irmãos Castro – Fidel e Raul –  imposta ao desgraçado país desde 1959 (e que contou, à época, com a omissão do governo ianque – embora hoje se diga o contrário).

Em Camaguey, terceira cidade importante da Ilha, a população revoltosa prendeu e depois expulsou, com a adesão da polícia, o secretário-geral do PC local, que recebia ordens de Diaz Carnal, o esbirro indicado pelo alcoólatra Raul para oprimir a outrora “Perla del Caribe”.

Por sua vez, em Santiago, cidade vizinha da Sierra Maestra, multidões tomaram as ruas em protesto portando cartazes com as palavras “Liberdad! Liberdad!” ao tempo em que clamavam por pão, vacina, energia e água potável.

– Não temos medo! Cuba não é de vocês! Abaixo a tirania! Pátria livre! – soltava da garganta o povo sufocado pela miséria e pela dor.

Fidel Castro, o ditador de um país que hoje, revoltado, clama por pão, vacina, energia e água potável.

Na própria Havana, onde a ditadura comunista ostenta o maior contingente de tropas bem armadas, os dissidentes do regime ocuparam as ruas em manifestações pacificas. Em que pese o uso da força bruta, das prisões indiscriminadas, da tortura e de assassinatos, o povo não arrefeceu.

Para conter as convocações pela Internet, valioso instrumentos de comunicação entre os insurgentes, a cúpula da repressão cubana apela para sucessivos “apagons” que mantêm a ilha às escuras. Pior: para neutralizar os protestos, os esbirros do regime passaram a prender os líderes insurgentes e  depois colocá-los nas prisões ocupadas por gente contaminada pela covid 19 – alastrando-se, assim, ainda mais e de forma diabólica, o número acentuado de infectados pela peste letal.

Salvo pela violência, a ditadura comunista não encontra meios de conter as manifestações de revolta De fato, no dia a dia, a população desesperada vegeta em regime de fome, sem comida, vacina, medicamentos em geral, água e luz. Por lá, circula a notícia de que ninguém empresta mais um tostão furado ao governo caloteiro da ilha-cárcere, mas o fato é que López Obrador, presidente do México que acolhe o Foro de São Paulo, enviou um avião militar com presumíveis “votos de solidariedade” ao capataz da ilha-cárcere, Diaz Carnal, figuraça que em depoimento público ordenou baixar o cacete sobre a população, ainda que em manifestações pacíficas. Cínico, o esbirro diz que os insurgentes famintos são financiados pelo “imperialismo ianque” mesmo quando se sabe que o carcomido Biden, esquerdista confesso, recomenda o “diálogo”.

Mas há outros vôos misteriosos, provenientes da Turquia, com escala na Venezuela de Maduro, tiranete que, por sua vez, conta com o decidido “apoio ideológico” de Xi Jinping, o ditador que prega a “hegemonia” do comunismo chinês em escala mundial, No Brasil, o bilionário Luladrão, que financiou com dólares do BNDES a ditadura cubana, apareceu para apoiar os atos de violência do esbirro Diaz Carnal. Cego moral, na certa esqueceu o velho jargão comunista de defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão.  (Nota: com o dinheiro que arrastou dos cofres da Viúva, o velho alcoólatra do PT poderia, se quisesse, minorar a fome do povo cubano – é o que penso).

Continuemos: semana passada, em matéria publicada no jornal espanhol El País, a ex-nora de Fidel declarou que, naquela altura, os familiares dos Castro já estariam deixando a ilha-cárcere e fugindo para a Espanha socialista, onde sempre realizam negócios escusos, provavelmente com malas cheias de dólares e jóias. (Para quem não sabe, Fidel era um velho pai de chiqueiro, deixando no pedaço dezenas de filhos legítimos e ilegítimos, inclusive o suicida Fidelito. Nas suas Memórias, Aline Revuelta – filha de Fidel com a grã-fina “Naty” Revuelta – narra lances da vida do tirano, a quem acusa de ser ao mesma tempo “terrorista, genocida, sicário e rufião de alma de cortiça”).

Mas nem sempre a “Pérola do Caribe” sobreviveu de forma tão miserável. Mesmo depois de Gorbachov ter cortado, com sua Glasnot, a remessa anual de US$6 bilhões doados para manter Cuba em regime de comodato.

No histórico, durante o primeiro governo de Fulgêncio Batista, nos anos 1940, Cuba desenvolvia sua industrialização,  mantinha uma vigorosa produção de açúcar e tabaco que abastecia os EUA e um turismo regurgitante. Melhor, a ilha dispunha de um sistema de saúde e educação notáveis – sendo cotada, em dados estatísticos, como a 4ª economia vigente na América Latina.

Em 1952. quando foi reeleito com o apoio do Partido Comunista, Batista abriu os cassinos então  dominados pela máfia americana e, com eles, alargou as comportas para  o “hot money”,  a propina, a prostituição e o endurecimento da ditadura fulgenciana.

No embalo, Fidel Alejandro Castro, liberto por Batista do Presídio Modelo após a fracassada aventura de La Moncada, rumou para breve temporada subversiva  no México. E só então voltou de barco para Cuba. Mas não estava só. Contava com a omissão dos americanos, que isolaram Batista, e a propaganda ostensiva do New York Times, que mandou para Sierra Maestra, na Província de Oriente, o repórter comuna Herbert Mattheus, insensato que transformou o sicário Fidel Castro em guerrilheiro envolto em aura romântica.

Para se ter uma visão objetiva  do que ocorreu em Cuba durante a ditadura dos Castro, o leitor pode e deve assistir o documentário “Cuba and the cameraman”, de Jon Albert, testemunho que  acompanha a trajetória da miséria física e moral a devorar o povo cubano desde a posse de Fidel, cheia de promessas, até a sua morte em meio a ruína geral. Jon fez o mínimo: acompanha a vida dos cubanos entusiastas de “la revolución” durante 40 anos, registrando as esperanças e desilusões de famílias que finalizaram seus dias marcadas pela pobreza, pela amargura e a repressão ditatorial. O resultado final é assombroso, pois percebemos claramente a enrascada de uma gente que se deixou levar por um fanático egoísta que ignorou com o coração de pedra e a alma de cortiça a tragédia em que meteu o povo cubano.

No resumo da ópera, a revista Forbes avaliou em 2016 a fortuna de Fidel Castro em 900 milhões de dólares, afora suas 6 mansões, casas de campo, de veraneio e belas fazendas – bens que foram, óbvio, contestados pelo ditador. Mas o fato é que, depois de sua morte, mulheres, amantes, filhos legítimos e ilegítimos travam batalha judicial pela fortuna avaliada hoje em 1 bi  e 400 milhões de dólares – e que é considerada irrisória pelos herdeiros beligerantes.

De minha parte, entendo que depois das manifestações de protestos ocorridas na ilha no domingo, 11 de julho, reprimidas a ferro e fogo, pode-se dizer que ruiu em definitivo o mito de Cuba e sua  “revolución”, mantido de forma criminosa pela mídia comunista. É certo, para muitos, como eu, que outros domingos de protestos virão e, com eles, a luta pelo fim de um pesadelo que envergonha a  humanidade.

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